Ao
contrário do perdão do ego que reforça que o outro pecou, o verdadeiro perdão
lembra à outra pessoa que ela jamais pecou e que jamais pecará. O perdão lembra
à outra pessoa de sua eterna perfeição, nela colocada pelo Criador. O verdadeiro
perdão significa a compreensão de que o ataque era uma ilusão, não era real; que
jamais ocorreu e que a outra pessoa de maneira nenhuma é culpada. O verdadeiro
perdão lembra ao outro de sua verdadeira identidade de Filho de Deus imaculado e
sem pecado nenhum. Ele também é a habilidade de ver a outra pessoa no sagrado
momento presente, não à luz de suas ações passadas.
O perdão é
um chamado do despertar para a outra pessoa, que está temporariamente dormindo.
Temos de despertá-la gentilmente e não condená-la a um sono mais profundo. Se
fôssemos acordar uma criança de um pesadelo, o faríamos com uma voz gentil para
que ela não se assustasse. Diríamos a ela que o sonho acabou e que nunca foi
real e que a luz chegou. Ensinaríamos a ela a diferença entre dormir e
despertar, para que ela pudesse confiar na luz. É desta mesma forma que podemos
despertar os outros através do perdão.
Talvez
alguém tenha nos tratado de uma maneira hostil ou pior ainda, tenha nos atacado
diretamente. A verdade é que esta pessoa nos ataca porque, naquele momento, não
se ama e nem se sente digna do amor dos outros. Seu ataque consiste em um pedido
de amor. Quando estamos nos amando e sentindo que somos dignos de amor e
respeito, não tratamos as pessoas com agressividade. Nem atacamos. Se pudermos
aquietar nossa raiva e nosso julgamento, teremos a capacidade de ver um
desesperado pedido de amor em um ataque. A resposta apropriada, que é um grande
desafio, é oferecer amor.
É isto que
nos ensinaram quando nos pediram para amar nossos inimigos. Não precisamos ser
lembrados de amar nossos amigos ou aqueles que nos amam. Isso é fácil. Eles
estão estendendo amor a nós. Amar nossos inimigos significa oferecer amor
àqueles que nos atacam, àqueles que, em vez de estender amor, estão pedindo
amor. Todo mundo está estendendo ou pedindo amor. Conquanto pareça muito difícil
oferecer perdão, é muito menos difícil do que viver com a raiva e acusação não
resolvidas que constantemente nos prejudica a paz interior. Para citar um velho
dito: O ressentimento prejudica mais o vaso que o guarda do que o objeto no qual
ele é derramado. Queremos vingança e ressentimento ou paz e felicidade. Não
podemos ter os dois.
É através
do oferecimento de nosso perdão verdadeiro que somos perdoados. Quero dizer com
isto que somos lembrados de quem realmente somos. Se compreendermos os ataques
como pedidos de amor e cura, compreenderemos também os nossos próprios ataques.
Se enxergarmos o outro verdadeiramente, nos veremos verdadeiramente. Se virmos
os outros através dos olhos de Deus, também nos veremos da mesma maneira. A
salvação do outro também é a nossa. Lembrando da natureza sem pecado e culpa do
outro e pedindo para ver isto em todas as pessoas, lembramos a nós mesmos de
nossa própria natureza. Liberando-os de nossos julgamentos, estamos liberando a
nós mesmos. Não podemos perdoar a nós mesmos enquanto não formos capazes de
perdoar os outros.
Extraído do
livro "A espiritualidade a Dois", de Robert Roskind - Editora Namaste
Fonte: http://www.eurooscar.com/
Fonte: http://www.eurooscar.com/
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