domingo, 30 de outubro de 2011

Para se roubar um coração


Para se roubar um coração, é preciso que seja com muita habilidade, tem que ser vagarosamente, disfarçadamente, não se chega com ímpeto, não se alcança o coração de alguém com pressa.
Tem que se aproximar com meias palavras, suavemente, apoderar-se dele aos poucos, com cuidado.
Não se pode deixar que percebam que ele será roubado, na verdade, teremos que furtá-lo, docemente.
Conquistar um coração de verdade dá trabalho, requer paciência, é como se fosse tecer uma colcha de retalhos, aplicar uma renda em um vestido, tratar de um jardim, cuidar de uma criança.
É necessário que seja com destreza, com vontade, com encanto, carinho e sinceridade.
Para se conquistar um coração definitivamente tem que ter garra e esperteza, mas não falo dessa esperteza que todos conhecem, falo da esperteza de sentimentos, daquela que existe guardada na alma em todos os momentos.
Quando se deseja realmente conquistar um coração, é preciso que antes já tenhamos conseguido conquistar o nosso, é preciso que ele já tenha sido explorado nos mínimos detalhes, que já se tenha conseguido conhecer cada cantinho, entender cada espaço preenchido e aceitar cada espaço vago.
...e então, quando finalmente esse coração for conquistado, quando tivermos nos apoderado dele, vai existir uma parte de alguém que seguirá conosco.
Uma metade de alguém que será guiada por nós e o nosso coração passará a bater por conta desse outro coração.
Eles sofrerão altos e baixos sim, mas com certeza haverá instantes, milhares de instantes de alegria.
Baterá descompassado muitas vezes e sabe por que?
Faltará a metade dele que ainda não está junto de nós.
Até que um dia, cansado de estar dividido ao meio, esse coração chamará a sua outra parte e alguém por vontade própria, sem que precisemos roubá-la ou furtá-la nos entregará a metade que faltava.
... e é assim que se rouba um coração, fácil não?
Pois é, nós só precisaremos roubar uma metade, a outra virá na nossa mão e ficará detectado um roubo então!
E é só por isso que encontramos tantas pessoas pela vida a fora que dizem que nunca mais conseguiram amar alguém... é simples...
é porque elas não possuem mais coração, eles foram roubados, arrancados do seu peito, e somente com um grande amor ela terá um novo coração, afinal de contas, corações são para serem divididos, e com certeza esse grande amor repartirá o dele com você.

Luís Fernando Veríssimo

sábado, 29 de outubro de 2011

O permanente e o provisório


O casamento é permanente, o namoro é provisório.
O amor é permanente, a paixão é provisória.
Uma profissão é permanente, um emprego é provisório.
Um endereço é permanente, uma estada é provisória.
A arte é permanente, a tendência é provisória.
De acordo? Nem eu.

Um casamento que dura 20 anos é provisório. Não somos repetições de nós mesmos, a cada instante somos surpreendidos por novos pensamentos que nos chegam através da leitura, do cinema, da meditação. O que eu fui ontem, anteontem, já é memória. Escada vencida degrau por degrau, mas o que eu sou neste momento é o que conta, minhas decisões valem pra agora, hoje é o meu dia, nenhum outro.

Amor permanente... como a gente se agarra nesta ilusão. Pois se nem o amor pela gente mesmo resiste tanto tempo sem umas reavaliações. Por isso nos transformamos, temos sede de aprender, de nos melhorar, de deixar pra trás nossos imensuráveis erros, nossos achaques, nossos preconceitos, tudo o que fizemos achando que era certo e hoje condenamos. O amor se infiltra dentro da nós, mas seguem todos em movimento: você, o amor da sua vida e o que vocês sentem. Tudo pulsando independentemente, e passíveis de se desgarrar um do outro.

Um endereço não é pra sempre, uma profissão pode ser jogada pela janela, a amizade é fortíssima até encontrar uma desilusão ainda mais forte, a arte passa por ciclos, e se tudo isso é soberano e tem valor supremo, é porque hoje acreditamos nisso, hoje somos superiores ao passado e ao futuro, agora é que nossa crença se estabiliza, a necessidade se manifesta, a vontade se impõe – até que o tempo vire.

Faço menos planos e cultivo menos recordações. Não guardo muitos papéis, nem adianto muito o serviço. Movimento-me num espaço cujo tamanho me serve, alcanço seus limites com as mãos, é nele que me instalo e vivo com a integridade possível.
Canso menos, me divirto mais, e não perco a fé por constatar o óbvio: tudo é provisório, inclusive nós.

Martha Medeiros

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Os bons e os maus


Os bons e os maus resultados dos nossos ditos e obras vão-se distribuindo, supõe-se que de uma maneira bastante uniforme e equilibrada, por todos os dias do futuro, incluindo aqueles, infindáveis, em que já cá não estaremos para poder comprová-lo, para congratularmo-nos ou para pedir perdão, aliás, há quem diga que é isto a imortalidade de que tanto se fala.

José Saramago

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Pessoa errada


Pensando bem em tudo o que a gente vê e vivenciae ouve e pensa, não existe uma pessoa certa pra gente.
Existe uma pessoa que se você for parar pra pensar é, na verdade, a pessoa errada.
Porque a pessoa certa faz tudo certinho!
Chega na hora certa, fala as coisas certas, faz as coisas certas, mas nem sempre a gente tá precisando das coisas certas.
Aí é a hora de procurar a pessoa errada.
A pessoa errada te faz perder a cabeça, perder a hora, morrer de amor...
A pessoa errada vai ficar um dia sem te procurar que é pra na hora que vocês se encontrarem a entrega ser muito mais verdadeira.
A pessoa errada, é na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa.
Essa pessoa vai te fazer chorar, mas uma hora depois vai estar enxugando suas lágrimas.
Essa pessoa vai tirar seu sono.
Essa pessoa talvez te magoe e depois te enche de mimos pedindo seu perdão.
Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado, mas vai estar 100% da vida dela esperando você.
Vai estar o tempo todo pensando em você.
A pessoa errada tem que aparecer pra todo mundo, porque a vida não é certa.
Nada aqui é certo!
O que é certo mesmo, é que temos que viver cada momento, cada segundo, amando, sorrindo, chorando, emocionando, pensando, agindo, querendo, conseguindo...
E só assim, é possível chegar àquele momento do dia em que a gente diz: "Graças à Deus deu tudo certo"
Quando na verdade, tudo o que Ele quer é que a gente encontre a pessoa errada pra que as coisas comecem a realmente funcionar direito pra gente...

Luis Fernando Veríssimo

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Ação e repetição/ Passou, mas não ultrapassou


Um guerreiro da luz nota que certos momentos se repetem. Com frequência se vê
diante dos mesmos problemas e situações que já havia enfrentado.
Então fica deprimido. Começa a pensar que é incapaz de progredir na vida, já que os momentos difíceis estão de volta.
“Já passei por isso”, ele reclama com seu coração.
“Realmente, você já passou”, responde o coração. “Mas nunca ultrapassou.”
O guerreiro então compreende que as experiências repetidas têm uma única finalidade: ensinar-lhe o que ainda não conseguiu aprender.
Ele passa a procurar uma solução diferente para cada luta repetida – até que encontra a maneira de vencê-la.
Paulo Coelho

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Cuide do seu coração


"As pessoas não vão querer pisar em você, a menos que você se deite".

-Se ele não te quer, nada pode fazê-lo ficar.
-Pare de dar desculpas (de arranjar justificativas) para um homem e seu comportamento.
-Permita que sua intuição (ou espírito) te proteja das mágoas.
-Pare de tentar se modificar para uma relação que não tem que acontecer.
-Mais devagar é melhor. Nunca dedique sua vida a um homem antes que você encontre o que realmente te faz feliz.
-Se uma relação terminar porque o homem não te tratou como você merecia, "mande pro inferno, esquece!", vocês não podem "ser amigos". Um amigo não destrataria outro amigo.
-Não conserte nada.
-Se você sente que ele está te enrolando, provavelmente é porque ele está mesmo. Não continue (a relação) porque você acha que "ela vai melhorar". Você vai se chatear daqui um ano por continuar a relação quando as coisas ainda não estiverem melhores.
-A única pessoa que você pode controlar em uma relação é você mesma.
-Evite homens que têm um monte de filhos, e de um monte de mulheres diferentes. Ele não casou com elas quando elas ficaram grávidas, então, porque ele te trataria diferente?
-Sempre tenha seu próprio círculo de amizade, separadamente do dele.
-Coloque limites no modo como um homem te trata. Se algo te irritar, faça um escândalo.
-Nunca deixe um homem saber de tudo. Mais tarde ele usará isso contra você.
-Você não pode mudar o comportamento de um homem. A mudança vem de dentro.
-Nunca o deixe sentir que ele é mais importante que você. Mesmo se ele tiver um maior grau de escolaridade ou um emprego melhor.
-Não o torne um semi-deus. Ele é um homem, nada além ou aquém disso.
-Nunca deixe um homem definir quem você é.
-Nunca pegue o homem de alguém emprestado. Se ele traiu alguém com você, ele te trairá.
-Um homem vai te tratar do jeito que você permita que ele te trate.
-Todos os homens NÃO são cachorros.
-Você não deve ser a única a fazer tudo... Compromisso é uma via de mão dupla.
-Você precisa de tempo para se cuidar entre as relações. Não há nada tão precioso quanto viajar.
-Veja as suas questões antes de um novo relacionamento.
-Você nunca deve olhar para alguém sentindo que a pessoa irá te completar... Uma relação consiste de dois indivíduos completos. Procure alguém que irá te complementar, não suplementar.
-Namorar é bacana mesmo se ele não for o esperado Príncipe Encantado.
-Faça-o sentir falta de você algumas vezes... Quando um homem sempre sabe que você está lá, e que você está sempre disponível para ele - ele se acha...
-Nunca se mude para a casa da mãe dele. Nunca seja cúmplice de um homem.
-Não se comprometa completamente com um homem que não te dá tudo o que você precisa.
-Se um homem quer você nada pode fazê-lo manter-se longe.

Ladies, cuidem bem de seus corações...

Oprah Winfrey

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Os dois lobos


Raivoso, soluçando, rosto triste, olhos vermelhos, o netinho foi se abrigar no colo do avô. Ele sofrera uma enorme injustiça. O avô, com a sabedoria dos anos, contou ao neto um pouco de sua vida:
- Eu mesmo, algumas vezes, senti ódio daqueles que me fizeram mal e não deram sinais de arrependimento. Mas o ódio corrói a você, e não afeta seu inimigo. É o mesmo que tomar veneno, desejando que seu inimigo morra. Lutei muitas vezes contra esse sentimento.

As lágrimas já haviam secado nos olhos do neto e o avô continuou:
- É como se existissem dois lobos dentro de mim. Um deles é bom e não magoa ninguém. Vive em harmonia com todos ao redor dele e não se ofende quando percebe que não houve intenção de ofender. Ele só luta quando é justo, na defesa dos direitos e na medida certa. Mas o outro lobo, é cheio de raiva. Mesmo as pequenas coisas o fazem partir para o ataque. Ele briga com todos, o tempo todo, sem qualquer motivo. Ele não consegue refletir porque sua raiva é muito intensa.

E o avô concluiu:
- Às vezes, é difícil conviver com esses dois lobos dentro de mim, pois ambos tentam dominar meu espírito.

O garoto olhou fixamente os olhos serenos do avô e perguntou, um tanto curioso:
- Qual deles vence, vovô?

E o avô respondeu:
- Aquele que eu alimento mais freqüentemente dentro de mim!

(Do livro, Histórias para aquecer o coração)

domingo, 23 de outubro de 2011

Uma pausa para pensar um pouco sobre o amor


A questão amorosa preocupa mais à maioria do que os aspectos essencialmente relacionados com o sexo. Não creio que isso seja justo, pois o sexo ainda é um grande problema a ser melhor resolvido pelas gerações que estão aí e também pelas que virão.

Aconteceu um fato recente que me fez escrever este pequeno texto sobre o amor. Fui convidado para fazer uma pergunta para Rosa Montero (escritora espanhola que foi entrevistada pelo programa Roda Viva da TV Cultura em 10/4). Perguntei se ela achava razoável pensarmos na existência de um fator anti-amor, um fator interno que torna tão difícil e incomum a realização das histórias de paixão, tema de um dos seus trabalhos mais recentes.

A resposta dela foi de tal forma surpreendente que me fez reconsiderar alguns aspectos relacionados com o que já escrevi sobre o assunto: ela desviou totalmente do assunto e parece não ter entendido minimamente o que eu estava falando (havia tradução simultânea para o espanhol)! Compreendi o quanto a maior parte das pessoas, mesmo as mais esclarecidas, ainda é carente de informações a respeito do tema. Ela dizia que a paixão é um vício, algo que só pode durar uns 2 anos; este é o discurso oficial, nada criativo. Dizia também que depois de superada a paixão, as relações ganhavam aquele aspecto cotidiano um tanto monótono e repetitivo. Ela disse que ela mesma havia se apaixonado várias vezes e que as histórias sempre terminavam assim: quando se sai da fantasia para a realidade, o tédio e a monotonia acabam por predominar.

Em síntese, ela disse que ou vivemos o amor como drogados ou então o vivenciamos como um tédio. Nada pode ser mais tradicional, conservador e depressivo do que estas considerações extraordinariamente reacionárias. Dão a impressão de que não há saída e salvação para a questão do amor a não ser pelo esforço enorme de aceitar e respeitar as diferenças que são inerentes ao fato de que o amor real implica em indivíduos específicos. Não fala sobre que diferenças e, com isso, coloca todas as diferenças no mesmo saco. Não preciso enfatizar o quanto acho isso perigoso, pois é muito diferente estar convivendo com um bandido, com uma pessoa sem caráter e desleal, ou com alguém que gosta de acordar cedo quando gostamos mais de dormir até tarde. Há diferenças e diferenças e colocá-las todas juntas é estimular a idéia de que não devemos levá- las em conta já que terão que existir e teremos que trabalhar muito – ainda que no contexto das relações tediosas – para que consigamos ter algum tipo de afetividade pela pessoa por quem antes tínhamos paixão.

Ela fala que, na paixão, amamos mesmo é o estado que o encantamento pelo outro provoca em nós. É verdade. Diz que não amamos a outra pessoa e que amamos mesmo é o amor! Este é mais um capítulo do discurso oficial, tradicional e vazio. Amamos uma determinada pessoa porque ela provoca em nós uma série de sentimentos e sensações e isso é o que venho afirmando há décadas. Amo aquela pessoa cuja presença provoca em mim a sensação de aconchego, de paz e de bem-estar que eu perdi no momento do nascimento. Amo a pessoa porque ela é capaz de provocar em mim emoções muito agradáveis. É mais que lógico que seja assim. O trágico é que muitas pessoas, depois de encantadas, continuam a amar a pessoa apesar dela provocar dor, humilhações e todo o tipo de insegurança e desconforto. Isso não é mais amor e sim uma dependência mórbida que está desconsiderando os fatos e que torna tantas pessoas reféns de parceiros que não valem a pena. Aí as pessoas falam coisas do tipo: ele é péssimo, mas eu o amo! Isso é que não faz o menor sentido. Temos mesmo que amar a pessoa que nos faz feliz, que provoca em nós grandes e prazerosas sensações.

Enfim, eu que pensava que não haveria necessidade de escrever mais nada a respeito do amor decidi, em virtude deste fato e de tantas observações que tenho lido no meu site a respeito da sexualidade (além das consultas on line onde, é claro, os assuntos relacionados com namoros e casamentos desastrosos predominam largamente), tratar de escrever mais sobre o amor, sobre os caminhos que levam à felicidade sentimental. Não é para já porque outros compromissos e projetos em andamento me exigem muito tempo. Mas acho que em 2007 lançarei um texto bem simples e direto que trate de desfazer todos esses mal entendidos.

Quero muito reafirmar mais uma vez que a paixão corresponde a um encantamento de ótima qualidade entre pessoas parecidas que vivenciam este encontro com muito medo. O medo é parte da paixão e dá a ela o caráter aflitivo e tenso que pode se assemelhar ao vício. Quando o medo se atenua, a relação continua a manter todo o vigor e todo o encantamento próprio das relações baseadas na confiança recíproca, numa intimidade totalmente compartilhada e num clima erótico legal. O medo não é outro senão uma manifestação do que chamo de fator antiamor, presente em todos nós, que está principalmente relacionado com o medo da felicidade. Este é o maior obstáculo à realização amorosa. Como todo medo, só pode ser tratado de uma forma: enfrentando-o com consciência, coragem, determinação e persistência.

Flávio Gikovate

sábado, 22 de outubro de 2011

Ausência


Eu deixarei que morra em mim o desejo
de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa
...de me veres eternamente exausto
No entanto a tua presença é qualquer coisa
como a luz e a vida

E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto
e em minha voz a tua voz
Não te quero ter porque
em meu ser está tudo terminado.
Quero só que surjas em mim
como a fé nos desesperados.

Vinicius de Moraes

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Mergulho em você mesmo


Temos medo de estarmos conosco, mergulharmos em nosso interior.
O silêncio e sua prática nos leva a esta possibilidade de encontro profundo e revitalizador.
Com o silêncio, encontramos a paz e o amor incondicional vem com toda a força transformadora.
"O amor é a força mais sutil do mundo. O mundo está farto de ódio".
E é este ódio irracional e distante da força criadora que... destrói, corrompe e ensurdece a humanidade.
Pare! Recomece! Reprograme-se...
O silêncio pode ser o ponto chave desta nova caminhada.
Pratique-o diariamente e transforme um pouco nosso mundo.
Ouça-se.
"Temos de nos tornar a mudança que queremos ver no mundo. Você tem que ser o espelho da mudança que está propondo. Se eu quero mudar o mundo, tenho que começar por mim."
Pratique diariamente o silêncio da paz. Respire profundamente algumas vezes. Inspire e sopre lentamente até ir relaxando e mergulhando dentro de si mesmo. Feche os olhos e silencie seus medos, preocupações e ansiedades diárias, por alguns momentos. Dê a chance à sua paz e a paz do mundo.
"Faça a sua parte, se doe sem medo. O que importa mesmo é o que você é... Mesmo que outras pessoas não se importem. Atitudes simples podem melhorar sua vida."
Você nunca sabe que resultados virão da sua ação. Mas se você não fizer nada, não existirão resultados. Espalhe esta ideia. Transforme o mundo, a partir de você.
"Seja a mudança que você deseja para o mundo".

Mahatma Gandhi

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Vivendo, amando e amprendendo


"Amor, que é amor, dura a vida inteira.
Se não durou é porque nunca foi amor.
O amor resiste à distância, ao silêncio das separações e até às traições.
Sem perdão não há amor.
Diga-me quem você mais perdoou na vida, e eu então saberei dizer quem você mais amou.
O amor é equação onde prevalece a multiplicação do perdão.
Você o percebe no momento em que o outro fez tudo errado, e mesmo assim você olha nos olhos dele e diz: "Mesmo fazendo tudo errado, eu não sei viver sem você.
Eu não posso ser nem a metade do que sou se você não estiver por perto".
O amor nos possibilita enxergar lugares do nosso coração os quais sozinhos jamais poderíamos enxergar.
O poeta soube traduzir bem quando disse: "Se eu não te amasse tanto assim, talvez perdesse os sonhos dentro de mim e vivesse na escuridão. Se eu não te amasse tanto assim talvez não visse flores por onde eu vi, dentro do meu coração!"
Padre Fabio de Melo

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Aprenda a livrar-se das dores inevitáveis


Afora as dores relacionadas com os desconfortos físicos, existem outras que dizem respeito à nossa condição de seres racionais. Sofremos a perda de pessoas queridas. Nos entristecemos pelos descaminhos vividos por nossa pátria. Nos identificamos e sofremos as dores dos nossos amigos. Nos preocupamos pelo destino dos nossos filhos. As doenças das pessoas que nos são caras doem em nós. Envelhecemos. Adoecemos. Sabemos que vamos morrer. Tudo isso faz parte da tragédia da nossa condição. São dores inevitáveis e seria absurdo imaginar que as pessoas felizes não passam por elas. Aí estaríamos operando no domínio da fantasia, pensando de uma forma quase ridícula. As pessoas felizes são as que aceitam com docilidade as dores inerentes à vida. Ao aceitá-las com mais serenidade, talvez consigam sofrer menos com elas; e por menos tempo. O objetivo é ser capaz de absorver e se livrar delas o mais rapidamente possível. Os dias da nossa vida são poucos e temos que perder o menor tempo possível com os sofrimentos que nos alcançam e sempre nos alcançarão.

Nestes casos, penso que não existem os prazeres negativos relacionados com o fim da dor. Quando conseguimos parar de sofrer pela morte de um ente querido, experimentamos, no máximo, um certo alívio. Isso porque a dor se atenua de forma progressiva e não é substituída por nenhum tipo de satisfação. Aceitar os sofrimentos típicos da vida humana, consciente de sua condição, faz parte daquilo que chamamos de boa tolerância à frustração e contrariedades. Estas são as grandes contrariedades e, é claro, que quem as aceita terá mais facilidade para lidar com as menores, com os pequenos dissabores que nos chegam o tempo todo e de todos os lados. Docilidade e boa tolerância a contrariedades não é sinal de conformismo e fraqueza. Indica bom senso e ciência de que há regalias pelas quais vale a pena lutar e que há situações onde apenas nos cabe aceitar os fatos.

Flávio Gikovate

terça-feira, 18 de outubro de 2011

A descoberta do amor


Ensaia um sorriso e oferece-o a quem não teve nenhum.
Agarra um raio de sol... e desprende-o onde houver noite.
Descobre uma nascente e nela limpa quem vive na lama.
Toma uma lágrima e pousa-a em quem nunca chorou.
Ganha coragem e dá-a a quem não sabe lutar.
Inventa a vida e conta-a a quem nada compreende.
Enche-te de esperança e vive á sua luz.
Enriquece-te de bondade e oferece-a a quem não sabe dar.
Vive com amor e fá-lo conhecer ao Mundo.
Mahatma Gandhi

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Amar é...

Viver uma verdadeira experiência amorosa é um dos maiores prazeres da vida.
Aamar é sentir com a alma, mas expressar os sentimentos depende das idéias de cada um.
Condicionamos o amor as nossas necessidades neuróticas e acabamos com ele.
Vivemos uma vida tentando fazer com que os outros se responsabilizem pelas nossas necessidades enquanto nós nos abandonamos irresponsavelmente.
Queremos ser amados e não nos amamos.
Queremos ser compreendidos e não nos compreendemos, queremos o apoio dos outros e não damos o nosso a eles.
Quando nos abandonamos, queremos achar alguém que venha preencher o buraco que nós cavamos.
A insatisfação o vazio interior se transforma na busca contínua de novos relacionamentos, cujos resultados frustrantes se repetirão.
Cada um é o único responsável pelas suas próprias necessidades.
Só quem se ama pode encontrar em sua vida um amor de verdade!

Zibia Gasparetto

domingo, 16 de outubro de 2011

Acho a maior graça

Acho a maior graça. Tomate previne isso, cebola previne aquilo, chocolate faz bem, chocolate faz mal, um cálice diário de vinho não tem problema, qualquer gole de álcool é nocivo, tome água em abundância, mas não exagere...
Diante desta profusão de descobertas, acho mais seguro não mudar de hábitos.
Sei direitinho o que faz bem e o que faz mal pra minha saúde.
Prazer faz muito bem.
Dormir me deixa 0 km.
Ler um bom livro faz-me sentir novo em folha.
Viajar me deixa tenso antes de embarcar, mas depois rejuvenesço uns cinco anos.
Viagens aéreas não me incham as pernas; incham-me o cérebro, volto cheio de idéias.
Brigar me provoca arritmia cardíaca.
Ver pessoas tendo acessos de estupidez me embrulha o estômago.
Testemunhar gente jogando lata de cerveja pela janela do carro me faz perder toda a fé no ser humano.
E telejornais... os médicos deveriam proibir - como doem!
Caminhar faz bem, dançar faz bem, ficar em silêncio quando uma discussão está pegando fogo,
faz muito bem! Você exercita o autocontrole e ainda acorda no outro dia sem se sentir arrependido de nada.
Acordar de manhã arrependido do que disse ou do que fez ontem à noite é prejudicial à saúde!
E passar o resto do dia sem coragem para pedir desculpas, pior ainda!
Não pedir perdão pelas nossas mancadas dá câncer, não há tomate ou mussarela que previna.
Ir ao cinema, conseguir um lugar central nas fileiras do fundo, não ter ninguém atrapalhando sua visão, nenhum celular tocando e o filme ser espetacular, uau!
Cinema é melhor pra saúde do que pipoca!
Conversa é melhor do que piada.
Exercício é melhor do que cirurgia.
Humor é melhor do que rancor.
Amigos são melhores do que gente influente.
Economia é melhor do que dívida.
Pergunta é melhor do que dúvida.
Sonhar é melhor do que nada!

Martha Medeiros

sábado, 15 de outubro de 2011

Nossas diferenças são maiores do que pensamos


Sei muito bem o quanto as diferenças provocam em nós sensações complexas e contraditórias. Não toleramos bem diferenças de opinião, especialmente as que vêm de pessoas com as quais temos um relacionamento afetivo, condição na qual nos sentimos abandonados, traídos e sozinhos outra vez. Não toleramos conviver com pessoas diferentes porque elas nos fazem sentir ameaçados, com medo. Não conhecendo o modo de ser delas, podemos sempre temer condutas que nos violentem. Tentamos dominar e controlar tudo e todos os que não entendemos justamente para não nos sentirmos nem abandonados e nem ameaçados.

Uma das defesas que lançamos mão diante das diferenças que nos aparecem como tão ameaçadoras consiste em minimizarmos sua magnitude. Ou seja, nosso esforço caminha na direção de considerar a diferença como menor do que ela efetivamente é. Isso é válido para as diferenças de todo o tipo, mas principalmente para as que existem entre homens e mulheres. O próprio Freud teve grande dificuldade em tentar imaginar o feminino de uma forma original. Ou seja, acabou vendo a mulher como um homem desprovido do pênis, um homem a quem falta algo. Achava também que o grande medo dos homens, principalmente em relação às mulheres (medo este que existe mesmo e pode ser muito intenso), era o de ser castrado e ficar como elas. Isso, naquele tempo, aparecia como uma grande desgraça já que a norma que hierarquizava as diferenças era a de que o homem era o superior, o completo, e a mulher, a inferior, mutilada e passiva.

Para qualquer pessoa que não tenha a mente dogmática e que consiga pensar sobre o assunto de uma forma mais livre e compatível com os fatos atuais – incrivelmente diferentes daqueles observados por Freud há 100 anos atrás – sabe que a condição feminina, se for o caso de hierarquizarmos, terá que ser vista como superior e não inferior. Isso aos olhos dos próprios homens que ou as endeusam ou morrem de inveja delas (e por isso agem da forma agressiva própria do machismo). Não acho que seja o caso de seguirmos esta rota cansada e infrutífera de tentar saber quem é o superior e quem é o inferior. Somos suficientemente diferentes para não podermos ser objeto de comparação.

A verdade é que as pequenas diferenças permitem as comparações e as classificações em superior e inferior, melhor e pior, mais isso ou menos isso! As grandes diferenças não permitem sequer a comparação e muito menos a hierarquização. Os muito diferentes são apenas diferentes e pronto.

A mim aparece cada vez de forma mais evidente que homens e mulheres são muito diferentes do ponto de vista de aspectos biológicos essenciais. A diferença de força física, as diferenças na natureza da sexualidade, importância da aparência física, as variações hormonais, a possibilidade de gerar uma criança, definem, junto com enormes diferenças de caráter educacional (hoje em processo de atenuação) determinam o surgimento de dois tipos bastante diferentes de seres humanos.

O mais complexo, a meu ver, é que a própria ideologia igualitária que vem regendo a forma de pensar de homens e mulheres ao longo dos últimos 50 anos, acaba por confundir ainda mais as mulheres. Elas mesmas não sabem mais se devem caminhar na direção de encontrar sua própria identidade ou de se aproximar do modo de ser dos homens. Na prática, o que acontece é que podem existir as 2 possibilidades: mulheres que mantém o padrão de feminilidade tradicional, mais doméstico e prestativo; e mulheres que se dirigem com tudo para o mundo do trabalho, do sucesso profissional e da competição (antes tradicionalmente masculino). É fato também que a sociedade aceita melhor as mulheres que perseguem os ideais masculinos do que os homens que prefiram viver de acordo com o padrão tradicional feminino. Homens que prefiram ficar em casa, cuidando dos afazeres domésticos e das crianças enquanto suas esposas se dedicam ao trabalho continuam a ser mal vistos. Ou seja, o mundo igualitário ainda é o que privilegia o modo de ser masculino: mulheres podem (e em muitos aspectos devem) agir como os homens, enquanto que os homens devem continuar a agir como homens.

A complicação maior é que, diante de tanta confusão de conceitos, fica difícil darmos origem ao processo de entendimento do que seja o verdadeiro feminino. Até hoje só existe o feminino tratado como subalterno, passivo e dependente do masculino; ou então o feminino que trata de imitar o modo de ser masculino. E as mulheres de verdade onde é que estão? Quem são elas? Existem as que sabem responder à pergunta que realmente interessa: afinal, quem são e o que querem as mulheres?

Flávio Gikovate

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Ser sensível


"Ser sensível nesse mundo requer muita coragem. Muita. Todo dia. Esse jeito de ver além dos olhos, de ouvir além dos ouvidos, de sentir a textura do sentimento alheio, tão clara, no próprio coração. Essa sensação, às vezes, de ser estrangeiro e não saber falar o idioma local, de ser meio ET, uma espécie de sobrevivente de uma civilização extinta. Essa intensidade toda em tempo de ternura minguada. Esse amor tão vívido em terra em que a maioria parece se assustar mais com o afeto do que com a indelicadeza. Esse cuidado espontâneo com os outros. Essa vontade tão pura de que ninguém sofra por nada. Esse melindre de ferir por saber, com nitidez, como dói ser ferido. Ser sensível nesse mundo requer muita coragem. Muita. Todo dia."

Ana Jácomo

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Dalai Lama


"Se você quer transformar o mundo, experimente primeiro promover o seu aperfeiçoamento pessoal e realizar inovações no seu próprio interior. Essas atitudes se reflerirão em mudanças positivas no seu ambiente familiar. Desse ponto em diante, as mudanças se expandirão em proporções cada vez maiores. Tudo o que fazemos produz efeito, causa algum impacto."

Dalai Lama

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Não me Peçam Razões...


Não me peçam razões, que não as tenho,
Ou darei quantas queiram: bem sabemos
Que razões são palavras, todas nascem
Da mansa hipocrisia que aprendemos.

Não me peçam razões por que se entenda
A força de maré que me enche o peito,
Este estar mal no mundo e nesta lei:
Não fiz a lei e o mundo não aceito.

Não me peçam razões, ou que as desculpe,
Deste modo de amar e destruir:
Quando a noite é de mais é que amanhece
A cor de primavera que há-de vir.

José Saramago

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Discurso na Universidade de Stanford


Você tem que encontrar o que você ama

Estou honrado de estar aqui, na formatura de uma das melhores universidades do mundo. Eu nunca me formei na universidade. Que a verdade seja seja dita, isso é o mais perto que eu já cheguei de uma cerimônia de formatura. Hoje, eu gostaria de contar a vocês três histórias da minha vida. E é isso. Nada demais. Apenas três histórias.

A primeira história é sobre ligar os pontos

Eu abandonei o Reed College depois de seis meses, mas fiquei enrolando por mais dezoito meses antes de realmente abandonar a escola. E por que eu a abandonei?

Tudo começou antes de eu nascer. Minha mãe biológica era uma jovem universitária solteira que decidiu me dar para a adoção. Ela queria muito que eu fosse adotado por pessoas com curso superior. Tudo estava armado para que eu fosse adotado no nascimento por um advogado e sua esposa. Mas, quando eu apareci, eles decidiram que queriam mesmo uma menina. Então meus pais, que estavam em uma lista de espera, receberam uma ligação no meio da noite com uma pergunta: “Apareceu um garoto. Vocês o querem?” Eles disseram: “É claro.” Minha mãe biológica descobriu mais tarde que a minha mãe nunca tinha se formado na faculdade e que o meu pai nunca tinha completado o ensino médio. Ela se recusou a assinar os papéis da adoção. Ela só aceitou meses mais tarde quando os meus pais prometeram que algum dia eu iria para a faculdade.

E, 17 anos mais tarde, eu fui para a faculdade. Mas, inocentemente escolhi uma faculdade que era quase tão cara quanto Stanford. E todas as economias dos meus pais, que eram da classe trabalhadora, estavam sendo usados para pagar as mensalidades. Depois de 6 meses, eu não podia ver valor naquilo. Eu não tinha idéia do que queria fazer na minha vida e menos idéia ainda de como a universidade poderia me ajudar naquela escolha. E lá estava eu gastando todo o dinheiro que meus pais tinham juntado durante toda a vida. E então decidi largar e acreditar que tudo ficaria OK. Foi muito assustador naquela época, mas olhando para trás foi uma das melhores decisões que já fiz. No minuto em que larguei, eu pude parar de assistir às matérias obrigatórias que não me interessavam e comecei a frequentar aquelas que pareciam interessantes.

Não foi tudo assim romântico. Eu não tinha um quarto no dormitório e por isso eu dormia no chão do quarto de amigos. Eu recolhia garrafas de Coca-Cola para ganhar 5 centavos, com os quais eu comprava comida. Eu andava 11 quilômetros pela cidade todo domingo à noite para ter uma boa refeição no templo hare-krishna. Eu amava aquilo. Muito do que descobri naquele época, guiado pela minha curiosidade e intuição, mostrou-se mais tarde ser de uma importância sem preço.

Vou dar um exemplo: o Reed College oferecia naquela época a melhor formação de caligrafia do país. Em todo o campus, cada poster e cada etiqueta de gaveta eram escritas com uma bela letra de mão. Como eu tinha largado o curso e não precisava frequentar as aulas normais, decidi assistir as aulas de caligrafia. Aprendi sobre fontes com serifa e sem serifa, sobre variar a quantidade de espaço entre diferentes combinações de letras, sobre o que torna uma tipografia boa. Aquilo era bonito, histórico e artisticamente sutil de uma maneira que a ciência não pode entender. E eu achei aquilo tudo fascinante.

Nada daquilo tinha qualquer aplicação prática para a minha vida. Mas 10 anos mais tarde, quando estávamos criando o primeiro computador Macintosh, tudo voltou. E nós colocamos tudo aquilo no Mac. Foi o primeiro computador com tipografia bonita. Se eu nunca tivesse deixado aquele curso na faculdade, o Mac nunca teria tido as fontes múltiplas ou proporcionalmente espaçadas. E considerando que o Windows simplesmente copiou o Mac, é bem provável que nenhum computador as tivesse. Se eu nunca tivesse largado o curso, nunca teria frequentado essas aulas de caligrafia e os computadores poderiam não ter a maravilhosa caligrafia que eles têm. É claro que era impossível conectar esses fatos olhando para a frente quando eu estava na faculdade. Mas aquilo ficou muito, muito claro olhando para trás 10 anos depois.

De novo, você não consegue conectar os fatos olhando para frente. Você só os conecta quando olha para trás. Então tem que acreditar que, de alguma forma, eles vão se conectar no futuro. Você tem que acreditar em alguma coisa – sua garra, destino, vida, karma ou o que quer que seja. Essa maneira de encarar a vida nunca me decepcionou e tem feito toda a diferença para mim.

Minha segunda história é sobre amor e perda.

Eu tive sorte porque descobri bem cedo o que queria fazer na minha vida. Woz e eu começamos a Apple na garagem dos meus pais quando eu tinha 20 anos. Trabalhamos duro e, em 10 anos, a Apple se transformou em uma empresa de 2 bilhões de dólares e mais de 4 mil empregados. Um ano antes, tínhamos acabado de lançar nossa maior criação – o Macintosh – e eu tinha 30 anos. E aí fui demitido. Como é possível ser demitido da empresa que você criou? Bem, quando a Apple cresceu, contratamos alguém para dirigir a companhia. No primeiro ano, tudo deu certo, mas com o tempo nossas visões de futuro começaram a divergir. Quando isso aconteceu, o conselho de diretores ficou do lado dele. O que tinha sido o foco de toda a minha vida adulta tinha ido embora e isso foi devastador. Fiquei sem saber o que fazer por alguns meses. Senti que tinha decepcionado a geração anterior de empreendedores. Que tinha deixado cair o bastão no momento em que ele estava sendo passado para mim. Eu encontrei David Peckard e Bob Noyce e tentei me desculpar por ter estragado tudo daquela maneira. Foi um fracasso público e eu até mesmo pensei em deixar o Vale [do Silício]. Mas, lentamente, eu comecei a me dar conta de que eu ainda amava o que fazia. Foi quando decidi começar de novo.

Não enxerguei isso na época, mas ser demitido da Apple foi a melhor coisa que podia ter acontecido para mim. O peso de ser bem sucedido foi substituído pela leveza de ser de novo um iniciante, com menos certezas sobre tudo. Isso me deu liberdade para começar um dos períodos mais criativos da minha vida. Durante os cinco anos seguintes, criei uma companhia chamada NeXT, outra companhia chamada Pixar e me apaixonei por uma mulher maravilhosa que se tornou minha esposa. Pixar fez o primeiro filme animado por computador, Toy Story, e é o estúdio de animação mais bem sucedido do mundo. Em uma inacreditável guinada de eventos, a Apple comprou a NeXT, eu voltei para a empresa e a tecnologia que desenvolvemos nela está no coração do atual renascimento da Apple. E Lorene e eu temos uma família maravilhosa.

Tenho certeza de que nada disso teria acontecido se eu não tivesse sido demitido da Apple. Foi um remédio horrível, mas eu entendo que o paciente precisava. Às vezes, a vida bate com um tijolo na sua cabeça. Não perca a fé. Estou convencido de que a única coisa que me permitiu seguir adiante foi o meu amor pelo que fazia. Você tem que descobrir o que você ama. Isso é verdadeiro tanto para o seu trabalho quanto para com as pessoas que você ama. Seu trabalho vai preencher uma parte grande da sua vida, e a única maneira de ficar realmente satisfeito é fazer o que você acredita ser um ótimo trabalho. E a única maneira de fazer um excelente trabalho é amar o que você faz. Se você ainda não encontrou o que é, continue procurando. Não sossegue. Assim como todos os assuntos do coração, você saberá quando encontrar. E, como em qualquer grande relacionamento, só fica melhor e melhor à medida que os anos passam. Então continue procurando até você achar. Não sossegue.

Minha terceira história é sobre morte.

Quando eu tinha 17 anos, li uma frase que era algo assim: “Se você viver cada dia como se fosse o último, um dia ele realmente será o último”. Aquilo me impressionou, e desde então, nos últimos 33 anos, eu olho para mim mesmo no espelho toda manhã e pergunto: “Se hoje fosse o meu último dia, eu gostaria de fazer o que farei hoje?” E se a resposta é “não” por muitos dias seguidos, sei que preciso mudar alguma coisa.

Lembrar que estarei morto em breve é a ferramenta mais importante que já encontrei para me ajudar a tomar grandes decisões. Porque quase tudo - expectativas externas, orgulho, medo de passar vergonha ou falhar – caem diante da morte, deixando apenas o que é apenas importante. Não há razão para não seguir o seu coração. Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira que eu conheço para evitar a armadilha de pensar que você tem algo a perder. Você já está nu. Não há razão para não seguir seu coração.

Há um ano, eu fui diagnosticado com câncer. Era 7h30 da manhã e eu tinha uma imagem que mostrava claramente um tumor no pâncreas. Eu nem sabia o que era um pâncreas. Os médicos me disseram que aquilo era certamente um tipo de câncer incurável, e que eu não deveria esperar viver mais de 3 a 6 semanas. Meu médico me aconselhou a ir para casa e arrumar minhas coisas – que é o código dos médicos para “preparar para morrer”. Significa tentar dizer às suas crianças em alguns meses tudo aquilo que você pensou ter os próximos 10 anos para dizer. Significa dizer seu adeus. Eu vivi com aquele diagnóstico o dia inteiro. Depois, à tarde, eu fiz uma biópsia, em que eles enfiaram um endoscópio pela minha garganta abaixo, através do meu estômago e pelos intestinos. Colocaram uma agulha no meu pâncreas e tiraram algumas células do tumor. Eu estava sedado, mas minha mulher, que estava lá, contou que quando os médicos viram as células em um microscópio, começaram a chorar. Era uma forma muito rara de câncer pancreático que podia ser curada com cirurgia. Eu operei e estou bem. Isso foi o mais perto que eu estive de encarar a morte e eu espero que seja o mais perto que vou ficar pelas próximas décadas. Tendo passado por isso, posso agora dizer a vocês, com um pouco mais de certeza do que quando a morte era um conceito apenas abstrato: ninguém quer morrer. Até mesmo as pessoas que querem ir para o céu não querem morrer para chegar lá. Ainda assim, a morte é o destino que todos nós compartilhamos. Ninguém nunca conseguiu escapar. E assim é como deve ser, porque a morte é muito provavelmente a principal invenção da vida. É o agente de mudança da vida. Ela limpa o velho para abrir caminho para o novo. Nesse momento, o novo é você. Mas algum dia, não muito distante, você gradualmente se tornará um velho e será varrido. Desculpa ser tão dramático, mas isso é a verdade.

O seu tempo é limitado, então não o gaste vivendo a vida de um outro alguém. Não fique preso pelos dogmas, que é viver com os resultados da vida de outras pessoas. Não deixe que o barulho da opinião dos outros cale a sua própria voz interior. E o mais importante: tenha coragem de seguir o seu próprio coração e a sua intuição. Eles de alguma maneira já sabem o que você realmente quer se tornar. Todo o resto é secundário. Quando eu era pequeno, uma das bíblias da minha geração era o Whole Earth Catalog. Foi criado por um sujeito chamado Stewart Brand em Menlo Park, não muito longe daqui. Ele o trouxe à vida com seu toque poético. Isso foi no final dos anos 60, antes dos computadores e dos programas de paginação. Então tudo era feito com máquinas de escrever, tesouras e câmeras Polaroid. Era como o Google em forma de livro, 35 anos antes do Google aparecer. Era idealista e cheio de boas ferramentas e noções. Stewart e sua equipe publicaram várias edições de The Whole Earth Catalog e, quando ele já tinha cumprido sua missão, eles lançaram uma edição final. Isso foi em meados de 70 e eu tinha a idade de vocês. Na contracapa havia uma fotografia de uma estrada de interior ensolarada, daquele tipo onde você poderia se achar pedindo carona se fosse aventureiro. Abaixo, estavam as palavras: “Continue com fome, continue bobo”. Foi a mensagem de despedida deles. Continue com fome. Continue bobo. E eu sempre desejei isso para mim mesmo. E agora, quando vocês se formam e começam de novo, eu desejo isso para vocês. Continuem com fome. Continuem bobos.

Obrigado.

Steve Jobs
* Fonte: Revista Você S/A

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Amor versus individualidade


Ao longo do segundo ano de vida a criança vivencia enorme avanço em suas competências: aprende a andar, a formular as primeiras frases, aprimora suas aptidões motoras etc. Se até então seu maior prazer era ficar no colo da mãe, usufruindo da paz e aconchego similar ao que foi perdido com o nascimento e sentindo por ela aquilo que chamamos de amor, agora ela gosta também de circular, especular o ambiente, tentar entender para que servem e como é que funcionam os objetos. Coloca quase tudo que encontra na boca, tenta sentir seu tato, observa o que acontece quando deixa que caiam no chão. Dá sinais de grande satisfação a cada nova descoberta. Está praticando os primeiros atos próprios de sua individualidade – e se deleitando com eles.

Tudo isso acontece na presença da mãe. Sim, porque se ela for para um outro local, a criança imediatamente abandona o que está fazendo e sai em disparada atrás dela. O mesmo acontece se levar um tombo: corre chorando de volta para o colo. Diante da dor física ou da iminência de distanciamento exagerado da mãe, a sensação de desamparo cresce muito rapidamente e aí torna-se absolutamente necessária a reaproximação. Há, pois, uma clara alternância de preferências: estando tudo em ordem, o que a criança quer é exercer os prazeres da sua individualidade em formação; ao menor desconforto, busca no aconchego materno (amor) o remédio para todas as dores.

Não há como não compararmos nossos comportamentos ditos adultos com o que acabei de descrever: queremos exercer nossa individualidade com a máxima liberdade, mas queremos voltar para casa e encontrar o parceiro à nossa espera. Ficamos bem longe da pessoa amada por algum tempo, mas depois o desejo maior é o de nos aconchegarmos; se isso não é possível, sentimos a dor forte correspondente à saudade (mistura de abandono com lembrança do calor que advém da companhia). Temos a nosso favor o benefício de um imaginário mais rico e a capacidade de nos comunicar à distância graças aos recursos tecnológicos: nos sentimos aconchegados, mesmo estando longe, graças às palavras e juras de amor.

No convívio íntimo, parece que queremos mesmo é encontrar uma fórmula capaz de conciliar amor e individualidade: quero, por exemplo, assistir ao programa de TV do meu interesse e quero que minha amada esteja ao meu lado, se possível bem agarradinha. Ela, também interessada no aconchego, poderá tentar achar graça, por exemplo, no jogo de futebol que tanto me encanta. Mas talvez não consiga e aí começam os problemas. Ela se afastará, indo em busca daqueles que são os seus reais interesses individuais. Eu me sentirei rejeitado, abandonado e mal amado; tentarei pressioná-la com o intuito de fazer com que volte. Ela, prejudicada em seus legítimos direitos, se revoltará e a briga (chamada de “briga normal dos casais”) será inevitável.

O homem é, ao mesmo tempo, a criança e a mãe. O mesmo vale para a mulher. Querem exercer sua individualidade, mas sem se afastar muito um do outro. Lutarão pelo poder, para definir quem irá impor o ritmo e a programação. Por maiores que sejam as afinidades, sempre irão existir atividades que são do interesse exclusivo de um dos membros do casal. A fórmula tradicional – homens mandam e mulheres obedecem – não funciona mais (felizmente).

O que fazer? Só há um jeito: o crescimento emocional de ambos para que a dependência típica do amor infantil se atenue. Que cada um consiga se sentir em condições de exercer suas atividades, de modo a liberar o parceiro para fazer o mesmo.

Flávio Gikovate

domingo, 9 de outubro de 2011

Amigas para sempre!


Pode ser que um dia deixemos de nos falar...
Mas, enquanto houver amizade,
Faremos as pazes de novo.

Pode ser que um dia o tempo passe...
Mas, se a amizade permanecer,
Um de outro se há-de lembrar.

Pode ser que um dia nos afastemos...
Mas, se formos amigos de verdade,
A amizade nos reaproximará.

Pode ser que um dia não mais existamos...
Mas, se ainda sobrar amizade,
Nasceremos de novo, um para o outro.

Pode ser que um dia tudo acabe...
Mas, com a amizade construiremos tudo novamente,
Cada vez de forma diferente.
Sendo único e inesquecível cada momento
Que juntos viveremos e nos lembraremos para sempre.

Há duas formas para viver a sua vida:
Uma é acreditar que não existe milagre.
A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre.

Albert Einstein

Esse parabéns com muito carinho vai pra Meg!!!

sábado, 8 de outubro de 2011

Temos a mania de achar que amor é algo que se busca

Temos a mania de achar que amor é algo que se busca. Buscamos o amor nos bares, na internet, nas paradas de ônibus. Como num jogo de esconde-esconde, procuramos pelo amor que está oculto dentro das boates, nas salas de aula, nas platéias dos teatros. Ele certamente está por ali, você quase pode sentir seu cheiro, precisa apenas descobri-lo e agarrá-lo o mais rápido possível, pois só o amor constrói, só o amor salva, só o amor traz felicidade. Há quem acredite que o amor é medicamento. Pelo contrário. Se você está deprimido, histérico ou ansioso demais, o amor não se aproxima, e caso o faça, vai frustrar sua expectativa, porque o amor quer ser recebido com saúde e leveza, ele não suporta a idéia de ser ingerido de quatro em quatro horas, como um antibiótico para combater as bactérias da solidão e da falta de auto-estima. Você já ouviu muitas vezes alguém dizer: "Quando eu menos esperava, quando eu havia desistido de procurar, o amor apareceu." Claro, o amor não é bobo, quer ser bem tratado, por isso escolhe as pessoas que, antes de tudo, tratam bem de si mesmas. O Amor, ao contrário do que se pensa, não tem de vir antes de tudo. Antes de estabilizar a carreira profissional, antes de fazer amigos, de viajar pelo mundo, de curtir a vida. Ele não é uma garantia de que, a partir de seu surgimento, tudo o mais dará certo. Queremos o amor como pré-requisito para o sucesso nos outros setores, quando, na verdade, o amor espera primeiro você ser feliz para só então surgir, sem máscara e sem fantasia. É esta a condição. É pegar ou largar. Para quem acha que isso é chantagem, arrisco-me a sair em defesa do amor: ser feliz é uma exigência razoável, e não é tarefa tão complicada. Felizes são aqueles que aprendem a administrar seus conflitos, que aceitam suas oscilações de humor, que dão o melhor de si e não se autoflagelam por causa dos erros que cometem.
Felicidade é serenidade. Não tem nada a ver com piscinas, carros e muito menos com príncipes encantados. O amor é o prêmio para quem relaxa. "As pessoas ficam procurando o amor como solução para todos os seus problemas quando, na realidade, o amor é a recompensa por você ter resolvido os seus problemas".

Martha Medeiros

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

trecho de O Divã


Sempre desprezei as coisas mornas, as coisas que não provocam ódio nem paixão, as coisas definidas como mais ou menos, um filme mais ou menos, um livro mais ou menos.
Tudo perda de tempo.
Viver tem que ser perturbador, é preciso que nossos anjos e demônios sejam despertados, e com eles sua raiva, seu orgulho, seu asco, sua adoraçao ou seu desprezo.
O que não faz você mover um músculo, o que não faz você estremecer, suar, desatinar, não merece fazer parte da sua biografia.

(trecho de O Divã)
Martha Medeiros

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Steve Jobs, visionário da Apple, morre aos 56


Steven P. Jobs, o visionário co-fundador da Apple que ajudou a acelerar o início da era dos computadores pessoais e depois liderou uma transformação cultural na forma como a música, os filmes e as comunicações móveis são vivenciadas na era digital, morreu nesta quarta-feira, 5. Ele tinha 56 anos.

A morte foi anunciada pela Apple, a empresa que Jobs e seu colega de escola Stephen Wozniak iniciaram em 1976 na garagem de um subúrbio californiano.

Jobs tinha travou uma longa e pública batalha contra o câncer e continuou sendo o rosto da empresa mesmo quando estava sob tratamento. Ele continuou introduzindo novos produtos para o mercado global usando seu jeans característico mesmo quando estava bastante fragilizado e debilitado.

Jobs foi submetido a uma cirurgia devido a um câncer pancreático em 2004, recebeu um transplante de fígado em 2009 e tirou três licenças médicas como principal executivo da Apple antes de deixar o cargo em agosto e passá-lo a Timothy D. Cook, o novo CEO. Mesmo tendo deixado o cargo, Jobs ainda se envolvia nos assuntos da empresa, negociando com outro executivo do Vale do Silício apenas algumas semanas atrás.

Ao dominar a tecnologia digital e sabendo usar seu senso de marketing intuitivo, Jobs definiu amplamente a indústria dos computadores pessoais e diversos negócios de serviços digitais e entretenimento centrados na Internet. Ele também se tornou um homem rico, com estimados US$ 8,3 bilhões.

Oito anos depois de fundar a Apple, Jobs liderou uma equipe que projetou o computador Macintosh, um avanço que tornou os computadores pessoais mais fáceis de usar. Após uma separação de 12 anos da empresa, causada por uma amarga briga com seu principal executivo, John Sculley, ele retornou em 1997 para supervisionar a criação de um dispositivo digital inovador atrás do outro – iPod, iPhone e iPad.

Eles transformaram não apenas categorias de produtos como tocadores de música e celulares, mas também indústrias inteiras, como a musical e a de comunicações móveis. Durante seus anos fora da Apple, Jobs comprou uma pequena divisão de computação gráfica da empresa do diretor George Lucas e desenvolveu uma equipe de cientistas da computação, artistas e animadores, que se tornou a Pixar Animation Studios. Começando com ‘Toy Story’ em 1995, a Pixar produziu uma série de filmes de sucesso, ganhou vários Oscars por excelência artística e tecnológica, e tornou o longa-metragem animado por computação uma forma de arte popular adorada por crianças e adultos no mundo todo.

Jobs não era engenheiro de hardware ou programador de software, nem se considerava um gestor. Ele se considerava um líder tecnológico, escolhendo as melhores pessoas possíveis, incentivando-as e dando a cartada final em relação ao design de produtos.

''Ele era o líder mais apaixonado que alguém pode desejar, uma força motivadora sem paralelo’', escreveu Steven Levy, autor do livro ‘Insanely Great’, de 1994, que narra a criação do Mac. ''Tom Sawyer poderia ter aprendido truques com Steve Jobs’'.

Jobs foi o maior árbitro dos produtos da Apple, e seus padrões eram exigentes. Em um ano ele descartou dois protótipos do iPhone, por exemplo, antes de aprovar o terceiro e começar a vendê-lo em junho de 2007.

Depois de abandonar o Reed College, uma fortaleza do pensamento liberal em Portland, Oregon, em 1972, Jobs levou um estilo de vida de contracultura.

Ele contou a um repórter que tomar LSD foi uma das coisas mais importantes que ele fez na vida. Jobs contou que havia coisas nele que pessoas que nunca tomaram psicodélicos – mesmo pessoas que o conheciam bem, incluindo sua esposa – jamais entenderiam.

O próprio nome da Apple refletia seu não convencionalismo. Numa era em que engenheiros e amadores tendiam a descrever suas máquinas com números de modelo, ele escolheu o nome de uma fruta, supostamente devido a seus hábitos alimentares na época. Aparecendo na cena no momento em que a computação começava a se mover para além das paredes dos laboratórios de pesquisa e das empresas na década de 1970, Jobs viu que a computação estava se tornando pessoal – capaz de fazer mais do que digerir números e resolver problemas científicos e de negócios – e que poderia até mesmo ser uma força de mudança social e econômica. Ele não estava oferecendo apenas produtos, mas um estilo de vida digital.

Regis McKenna, executivo de marketing do Vale do Silício a quem Jobs recorreu no final da década de 1970 para ajudar a modelar a marca da Apple, disse que a genialidade de Jobs reside em sua habilidade de simplificar produtos de engenharia altamente complexa, ''despindo o excesso de camadas do negócio, design e inovação, até sobrar a realidade simples e elegante’'.

Steven Paul Jobs nasceu em São Francisco em 24 de fevereiro de 1955, e foi colocado para a adoção por seus pais biológicos, Joanne Carole Schieble e Abdulfattah Jandali, estudante de pós-graduação da Síria que se tornou professor de ciência política. Ele foi adotado por Paul e Clara Jobs.

Jobs deixa a esposa, Laurene Powell, e três filhos com Powell (as filhas Eve Jobs e Erin Sienna Jobs, e um filho, Reed); outra filha, Lisa Brennan-Jobs, de um relacionamento com Chrisann Brennan; e duas irmãs, a escritora Mona Simpson e Patti Jobs.

Em 1975, ele e Wozniak, na época trabalhando como engenheiro na HP, começaram a participar de reuniões no Homebrew Computer Club, um grupo amador que se encontrava no Stanford Linear Accelerator Center, em Menlo Park, Califórnia. A computação pessoal tinha sido criada em laboratórios de pesquisa adjacentes a Stanford, e estava se espalhando para o mundo exterior.

''Eu me lembro do quanto ele era intenso’', disse Lee Felsenstein, designer de computadores que era membro do Homebrew. ''Ele estava em todo lugar e parecia tentar ouvir tudo que as pessoas tinham a dizer’'. Wozniak projetou o computador original Apple I simplesmente para exibi-lo aos amigos do Homebrew. Foi Jobs que teve a inspiração de que aquilo poderia ser um produto comercial.

No começo de 1976, ele e Wozniak, usando capital próprio, deram início à Apple com um investimento inicial de US$ 1,300; mais tarde eles ganharam o apoio de um ex-executivo da Intel, A.C. Markkula, que emprestou US$ 250 mil.

Wozniak seria a parte técnica e Jobs a parte de marketing do primeiro computador Apple I. Começando na garagem da família Jobs em Los Altos, logo depois eles mudaram a empresa para um pequeno escritório em Cupertino.

Em abril de 1977, Jobs e Wozniak introduziram o Apple II na West Coast Computer Faire, em São Francisco. Foi uma sensação. Diante de um grupo de pequenos e grandes competidores no emergente mercado de computadores, a Apple, com seu Apple II, descobriu uma forma de abranger os mercados empresariais e de consumidor ao criar um computador capaz de ser customizado para aplicações específicas.

As vendas explodiram, de US$ 2 milhões em 1977 para US$ 600 milhões em 1981, o ano em que a empresa entrou na bolsa de valores. Em 1983, a Apple já estava entre as 500 maiores empresas da ‘Fortune’. Nenhuma empresa tinha entrado na lista tão rapidamente.

Em 1980, Jobs atraiu Sculley para a Apple, convencendo-o a se tornar seu principal executivo. Tendo trabalhado na Pepsi, Sculley ficou impressionado com o discurso de Jobs: ''Você quer passar o resto da sua vida vendendo agua com açúcar, ou quer ter uma chance de mudar o mundo?''

Após algumas decepções de vendas, os dois se estranharam e começou uma briga pelo poder. Jobs perdeu o controle do projeto Lisa. Ele deixou a Apple em 1985. Em 1996, depois de esforços fracassados para desenvolver sistemas operacionais de última geração, a Apple, com Gilbert Amelio no comando, adquiriu a NeXT por US$ 430 milhões. No ano seguinte, Jobs voltou para a Apple como consultor. Ele se tornou CEO novamente no ano 2000.

Mais uma vez no controle da Apple, Jobs passou a remodelar a indústria dos eletrônicos de consumo. Ele levou a empresa para o negócio de música digital, introduzindo o primeiro iTunes e o tocador de MP3 iPod. O braço musical cresceu rapidamente, alcançando quase 50 por cento do faturamento da empresa em junho de 2008.

Em 2005, Jobs anunciou que encerraria a relação comercial da Apple com a IBM e a Motorola para produzir computadores Macintosh com microprocessadores Intel.

Nessa época, sua luta contra o câncer já era publicamente conhecida. A Apple tinha anunciado em 2004 que Jobs apresentava uma forma rara, mas curável, de câncer pancreático, e que ele tinha sido submetido com sucesso a uma cirurgia. Quatro anos depois, perguntas sobre sua saúde ressurgiram quando Jobs apareceu em um evento da empresa com aparência debilitada.

A Apple começou a vender o iPhone em junho de 2007. O objetivo de Jobs era vender 10 milhões de aparelhos em 2008, equivalente a um por cento do mercado global de celulares. A empresa vendeu 11,6 milhões. Embora os smartphones já fossem um lugar-comum, o iPhone oferecia estilo e foi pioneiro com sua interface touch-screen, que rapidamente estabeleceu o padrão para o mercado de dispositivos móveis. Lançado com muita expectativa e fanfarra, o iPhone atingiu enorme popularidade; no final de 2010, a empresa já tinha vendido quase 90 milhões de unidades.

Se ele tivesse um lema, poderia ter saído do ‘The Whole Earth Catalog’, que, segundo Jobs, o tinha influenciado fortemente quando jovem. O livro, como Jobs contou em seu discurso de abertura em Stanford em 2005, termina com o aviso: ''Mantenha-se ávido, mas não se leve tão a sério’'.

''Sempre desejei isso para mim’', ele disse.

http://nytsyn.br.msn.com/colunistas/steve-jobs-vision%c3%a1rio-da-apple-morre-aos-56

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

O que vale mais: beleza ou dinheiro?


Numa conversa com amigos surgiu este tema e eu achei muito interessante tentar escrever alguma coisa sobre ele, já que são as duas condições que, parece, são as mais cobiçadas pelas pessoas. É claro que não estavam em jogo outras variáveis também muito cobiçadas como a inteligência, a felicidade sentimental, o vigor sexual, a persistência e disciplina para o trabalho, a competência para os esportes ou para a vida social etc. A questão era apenas essa: beleza ou dinheiro?

Não valia também querer ter os 2, porque é óbvio que todos responderiam da mesma forma. Ao longo da minha mocidade, lembro que pensava muito sobre isso quando via uma moça muito bonita no ponto de ônibus. Como é que ela não arrumava um namorado mais bem posto na vida para poder sair daquela situação nada agradável? O fato é que muitas não o faziam e, estimuladas por uma ingenuidade que, penso, está desaparecendo, iam atrás de algum rapaz de suas relações e de condição social semelhante à sua. Não tinham em mente, ao menos de modo claro, que poderiam “trocar” a sua beleza pelo que quisessem. Era isso que estava na minha mente mais atenta à realidade da vida e por isso tinha tanta dificuldade em imaginar que uma moça assim bonita não dava uma solução melhor para sua vida.

O fato é que hoje tenho visto muito menos moças belas e atraentes em pontos de ônibus. Ao mesmo tempo, muitos rapazes, antes displicentes para a aparência física, buscam intensivamente se tornarem protótipos daqueles que seriam cobiçados pelas mulheres mais bonitas ou bem postas. É como se tivessem descoberto todo um modo de se estabelecer socialmente que jamais esteve aberto para os homens, destinados a trabalhar muito e a tentar crescer por força de sua competência para as atividades lucrativas.

Hoje em dia, rapazes e moças, homens e mulheres mais velhos, todo o mundo busca aprimoramentos físicos. Gastam tempo e dinheiro com cremes, cirurgias, tratamentos mais ou menos dolorosos. Fazem de tudo para se embelezar e também para manterem, pelo maior tempo possível, a juventude. É como se estes tivessem se transformado nos nossos maiores valores. São os mais cobiçados, ao que parece.

A vaidade é um elemento da nossa sexualidade relacionado com o exibicionismo. Está presente em todos nós. O que varia é o que pretendemos exibir e como queremos chamar a atenção ou atrair olhares de admiração em direção a nós. Podemos chamar a atenção pela beleza extraordinária. Isso é fácil para quem nasceu assim belo e costuma acomodar a pessoa, que não busca mais nada de muito relevante para si porque já está bem abastecido de gratificações deste tipo exibicionista. As moças, mais que os rapazes, sempre se preocuparam mais que tudo em chamar a atenção pela aparência física mesmo nos casos em que se destacam profissionalmente e têm uma boa condição sócio-econômica. Poucas foram, e são, as que preferem chamar a atenção por outras razões podendo atrair olhares de admiração e desejo por sua aparência física.

Penso que a condição masculina ainda é um tanto confusa e os rapazes, mesmo os que cultivam os músculos várias horas por semana, ainda gostam muito de desfilar com carros que chamem a atenção, o que é uma forma de exibicionismo da vaidade que se exerce pela via indireta. Ou seja, o carro chama a atenção das pessoas e também chama a atenção quem está dentro do carro, quem é o dono dele. Neste caso o dinheiro é que é a principal fonte do exibicionismo. Parece que, afora seu uso para as coisas básicas da vida, o dinheiro está sempre a serviço do exibicionismo. Até há pouco tempo, as moças exibiam a beleza e os rapazes, o dinheiro – deles ou da família – por meio de carros, relógios etc. Hoje as moças estão preocupadas em exibir boa condição financeira, como é exemplo o fascínio que elas têm por bolsas de grife e que todos sabem quanto valem (e muita gente usa as falsas com o objetivo de passar por aquilo que não é). Ao mesmo tempo, os rapazes cultivam ao máximo sua beleza física sem abrir mão, é claro, do exibicionismo material.

Parece que a vaidade se tornou mais exigente e todo o mundo quer chamar a atenção de qualquer jeito e quase sempre pela via da beleza ou do dinheiro. A competição se atiça e não vão bem as relações humanas, nem as de amizade e muito menos as amorosas. Agora, tudo leva a crer que, neste exato momento, a beleza está valendo mais do que o dinheiro – e não é que ele valha pouco. Acho que, com o fim da ingenuidade, todos, rapazes e moças, perceberam que a beleza tem um importante valor de mercado, de modo que acham que, de posse dela, conseguirão o dinheiro. A beleza chega ao dinheiro e nem todo o dinheiro do mundo compra a beleza para si. O dinheiro compra um parceiro – ou parceira – belo, mas não a beleza para si. Assim, o pólo se inverteu pelo fim da ingenuidade. Porém, as peças continuam as mesmas. O que interessa mesmo é beleza e dinheiro.

Flávio Gikovate

terça-feira, 4 de outubro de 2011


“Ninguém é suficientemente perfeito, que não possa aprender com o outro e, ninguém é totalmente destituído de valores que não possa ensinar algo ao seu irmão.”

"Apenas um raio de sol é suficiente para afastar várias sombras".

"Onde há amor e sabedoria, não tem temor e nem ignorância".

São Francisco de Assis

sábado, 1 de outubro de 2011

Dulcineia


Quem tu és não importa, nem conheces
O sonho em que nasceu a tua face:
Cristal vazio e mudo.
Do sangue de Quixote te alimentas,
Da alma que nele morre é que recebes
A força de seres tudo.

José Saramago