sábado, 31 de dezembro de 2011

2012... e os mistérios entre a Luz e as Trevas


Há quem diga, existem mais mistérios neste Universo infinito, dos quais a mente humana necessita de muito desenvolvimento, permissão, sabedoria e compreensão, pois os mistérios existem sim, são criteriosos, pertencem às Confrarias de caráter especialíssimo, e são permitidos a quem além de dizer a palavra, precisa se aliar aos conceitos e aos níveis energéticos que emanam o poder da Força que controla estes feitos.

O tempo é uma marca para contabilidade e também para a experiência registrar os feitos para que os mistérios se apliquem à Natureza do Universo e à natureza da Vida de cada ser vivo no Planeta Terra.

Se faz necessário o equilíbrio entre a Luz e as Trevas, nos dois pólos existem os mistérios que se aplicam à Vida, na Luz a contínua colaboração daqueles que sentem a vontade de evoluir pelo Amor e pela Paz, já nas Trevas os mistérios trabalham os seres que somente evoluem pela dor, pela necessidade da urgência, quando o desespero bate e as portas fecham.

Os dois pólos são de alto grau do mistério, que envolve a Vida neste infinito e atemporal universo, são necessários e ao mesmo tempo se completam pelo aprendizado e pela vontade de dar um passo a frente.

O tempo previsto para o registro atual 2012 está integrado aos mistérios de transformação e da evolução,em criar novas atmosferas reinantes na face do Planeta Azul, aonde a majestade dos oceanos se faz presente, e como sua beleza e força atraem e ao mesmo assustam depende de qual pólo o imã está prevalecendo na vida atual dos seres humanos.

Conclusão cada ser humano fará do seu tempo marcado 2012 em diante o seu palco de vida, vai se posicionar mediante suas ações e feitos, a qual mistério da Luz pelo amor ao próximo e amor a si mesmo, ou o mistério das trevas aonde terá que limpar, e resolver todos os canais entupidos de caminhos negativos pelo seu comportamento e pensamento.

O Mistério visualiza dentro de cada um de nós, qual o nosso pólo escolhido, ninguém esconde o que possui no seu interior, a vida é tão ampla que os mistérios estão a nossa frente, ao nosso lado, atrás e acima, não engane ou manipule os outros, porque os mistérios estão acima de tudo e acompanham o nosso ser no passado, no presente, no futuro, 2012 vem para resolver qual o Mistério estará com você.

Miriam Zelikowski - www.reiki-cabala.blogspot.com

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Jogue fora


Se livrar das coisas que nos incomodam não é tarefa fácil, é preciso força de vontade, determinação e a ajudinha de uma especialista em motivação e organização, como Gail Blanke, autora do livro "Jogue fora 50 coisas", Ed. Ediouro.

Quando você começar a jogar fora um monte de lixo material - quando você entrar no ritmo, o que certamente acontecerá - um novo desejo vem à tona. Você perguntará: "E todo aquele lixo na minha cabeça?", "O que permiti que minha mente recebesse do mundo?". É aí que começa a parte boa. "É claro que é o lixo mental que coloca você para baixo e o mantém estagnado, que impede que você atinja o próximo estágio da sua vida, que é maravilhoso - promissor, cheio de alegria, aventura e, o melhor de tudo, realização. Você não pode avançar para o futuro quando é constantemente arrastado para trás, para o passado", explica.

As regras do desapego
Como saber o que jogar fora? Bem, felizmente, as regras do desapego são muito simples:
1. Se a coisa - o objeto, crença ou convicção, lembrança, trabalho ou até a pessoa - é um peso para você, o deixa imobilizado ou simplesmente faz com que você se sinta mal consigo mesmo, jogue-a fora, dê para alguém, venda, deixe para trás, siga em frente.
2. Se isso (veja acima!) simplesmente fica ali, ocupando espaço e não acrescenta nada de positivo a sua vida, jogue fora, dê para alguém, venda, deixe para trás, siga em frente. Se você não está caminhando para frente, está andando para trás. Jogar fora o que é negativo ajuda a redescobrir o que é positivo.
3. Não torne difícil a decisão de se livrar ou não de alguma coisa. Se tiver que pesar os prós e os contras por muito tempo ou ficar angustiado pensando sobre o que é certo fazer, jogue fora.
4. Não tenha medo. Estamos falando sobre a sua vida. A única que você tem de verdade. Você não tem tempo, energia ou espaço para lixo material ou psicológico.

Passos para organizar a bagunça do seu quarto:
1. Entre no seu quarto como se fosse a primeira vez. Como você se sente? É o tipo de quarto que te ajudaria a relaxar no fim de um dia frenético? Que móveis, objetos de decoração, bibelôs ou entulhos acha que atrapalham a sensação de calma? Junte tudo isso e livre-se dessas coisas.
2. Abra seu armário e puxe todas as gavetas. Examine as roupas, sapatos e acessórios que encontrar. Você vai se sentir bem quando pensar em usá-los, ou alguns destes itens geram um sentimento pesado, levemente depressivo, que te levam de volta ao passado? As coisas que são um peso para você - fisicamente ou emocionalmente - têm que ir embora.
3. Faça as seguintes perguntas a si mesmo: quem sou eu agora e o que estou me tornando? Minhas roupas, este quarto representam a forma como eu gostaria de me ver? O que tem que mudar para que isso aconteça? Você não precisa mudar tudo de uma vez, mas realmente tem que começar agora.

Passos para organizar a bagunça da sua cozinha:
1. Pergunte-se o que este espaço representa para você. Então, além de podermos encontrar as coisas de que precisamos com facilidade, o clima do lugar precisa ser agradável.
2. Jogue fora tudo o que for velho e gasto, de panelas amassadas a comida estragada.
3. Pergunte a parentes e amigos próximos o que eles gostariam de acrescentar o tirar de sua cozinha.
4. A cozinha - principalmente os armários - parece ser lugar para tudo. Não deixe isso acontecer.

Passos para deixar para trás seus arrependimentos e erros:
1. Lembre-se: você tem que fracassar. É a única forma de alcançar o sucesso.
2. Não existe perfeição. Alguns jogadores podem ter feito jogadas perfeitas, mas não foram perfeitos o campeonato inteiro. Jogue fora a perfeição.
3. Não leve seus supostos erros para o lado pessoal. Se algo não deu certo, faça reajustes e tente de outro jeito.
4. Se gastar toda a sua energia relembrando as coisas que não deram certo, o que devia ou não devia ter feito ou falado, você não terá energia para encontrar novos caminhos para a realização. Livre-se dessas coisas. Só aí já devem entrar mais umas dez coisas na sua lista.

Chegando a 50: comemore!
E aí, como você se sente? Você deixou muita coisa para trás. Você jogou fora de tudo um pouco, desde batons velhos ao medo de não ser bom o bastante; da porcelana feia da sua tia à necessidade de ser querido por todos; do seu cinto pequeno demais a sua visão pequena demais de si mesmo.

Você se sente mais leve, entusiasmado? Aposto que você jogou fora muito mais de 50 coisas. Você anotou todas? Você se deu parabéns e compartilhou a lista com mais alguém? Você estimulou os outros a jogar fora suas coisas e fazer sua própria lista?

Isso é só o começo. De agora em diante, você vai prestar mais atenção. De agora em diante, quando der uma olhada nas coisas com que você se cerca - ou o lixo mental que começou a se acumular novamente na sua mente -, você vai se fazer estas perguntas vitais: isso me deixa feliz? Eu preciso disso? É isso que eu quero? Se não puder responder sim, você se livrará dessas coisas. Agora você tem a coragem e a vontade.

Thaís Bronzo
Bibliografia - Livro "Jogue fora 50 coisas", de Gail Blanke, Ed. Ediouro.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Pus o meu sonho num navio


Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar

Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre de meus dedos
colore as areias desertas.

O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...

Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.

Depois, tudo estará perfeito;
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.

Cecília Meireles

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Sete itens que não podem faltar na lista de 2012


Fim de ano. A famosa lista de metas começa a entrar em pauta para muitas pessoas e empresas. Você já fez seu planejamento?

Já reparou que todo o começo de ano segue o mesmo ritual? A grande maioria das pessoas se enche de pensamentos positivos, energias renovadas e, claro, muitos objetivos e metas para serem alcançados na vida pessoal e na profissão.

Com as empresas – independente do seu tamanho e segmento – não é diferente. Esse é o momento de fazer o balanço daquilo que deu certo, das estratégias que não funcionaram e de elaborar as novas metas e perspectivas para o próximo ano.

Alguns de vocês podem até questionar que esses planejamentos de final de ano são uma furada e que a maior parte das pessoas não segue aquilo que promete. Mas acredite: ter planos para o futuro pode fazer a diferença para o seu crescimento ou da empresa. E se você cumprir pelo menos 70% daquilo proposto chegará ao próximo dezembro/janeiro com muitas coisas para

Elaborei sete itens que considero indispensáveis na lista de começo de ano para profissionais e empresas colocarem em prática – e que podem ser somadas aos seus itens particulares. Mas uma dica rápida: escreva tudo no papel. Isso vai ajudá-lo(a) no acompanhamento do que realmente está fazendo ao longo do ano, mensurar os resultados obtidos e se cobrar daquela promessa que ainda não foi cumprida.

1º item: Desenvolver habilidades técnicas e comportamentais

Capacitação é um dos principais fatores críticos de sucesso nas carreiras e nas empresas. Ela é capaz de expandir nossos horizontes, dar bagagem para resolução de problemas e aprimoramento das atividades realizadas. Então, desenvolver constantemente nossas habilidades e as das equipes na empresa é fundamental para o crescimento.

Nesse contexto, é preciso apurar as competências técnicas (aquelas relacionadas a cursos, especializações, novo idioma e formação acadêmica) e também as habilidades comportamentais (nível de equilíbrio e a capacidade de lidar com as próprias emoções e atitudes).

2º item: Manter o foco nas prioridades

“É melhor uma andorinha na mão do que duas voando”. Na prática, o dito popular é a pura verdade. Aqueles que vislumbram muitas coisas acabam não realizando nada ou fazendo malfeito. Então, ao invés de tentar fazer 30 coisas ao mesmo tempo, analise quais são os seus reais objetivos e foque nas prioridades. E isso vale para as empresas. Fortalecer o mix de atividades é positivo, mas será que seu negócio é capaz de manter a qualidade do serviço ao atuar em diferentes segmentos?

3º item: Ampliar minha rede on-line

Somos 78 milhões de internautas brasileiros e esse número está crescendo a cada dia, segundo dados do Ibope. Então, ficar fora da internet e das redes sociais – seja para desenvolver o seu network ou conquistar clientes – está fora de questão. As oportunidades vindas da web são muitas e é bom ficar de olhos bem abertos para elas.

No caso das empresas, a internet ajuda na divulgação da marca, possibilita campanhas promocionais mais segmentadas e potencializa negócios. Inclusive, as redes sociais estão se consolidando como uma excelente plataforma de interação com consumidores. Há também o e-commerce que, por exemplo, é outra boa saída para diversos empreendimentos que querem se expandir sem um custo tão elevado. De acordo com dados divulgados pelo e-Bit, o Brasil faturou no Natal R$ 2,6 bilhões através do comércio eletrônico – crescimento de 20% comparado a 2010.

4º item - Trabalhar mais em equipe

Você pode ser muito bom no que faz, mas sem demagogia… Pode ser ainda melhor se trabalhar em conjunto com outras pessoas. Essa continua sendo uma vantagem competitiva grandiosa. A razão é simples: uma equipe é formada de pessoas que trazem consigo histórias de vida e competências diferentes. Essas características individuais quando somadas podem formar uma equipe coesa e eficiente. Como destaca bem a professora de Gestão em Harvard Rosabeth Moss Kanter, “não é o talento individual, é o talento coletivo que faz a diferença em equipes vencedoras e empresas vencedoras”.

5º Item – Cuidar da minha saúde

Muita gente mesmo considera necessário cuidar da saúde apenas quando se está doente. Ledo engano. Cuidar da saúde é essencial para aguentar em 100% a rotina do dia a dia. Seja através dos famosos check-ups para prevenir doenças ou nas mudanças da alimentação. Além disso, não precisa ser médico para saber que a prática de atividade física regular previne doenças cardíacas, entre outros benefícios. Parece bem clichê esse item, mas, na realidade, é o mais importante. Apenas com saúde podemos correr atrás de todos os nossos planejamentos.

6º Item - Controlar meu estresse

Não adianta! Não existe mundo sem estresse e já posso afirmar: você passará momentos de 2012 com pelo menos um incomodando o seu juízo. Não ache que é praga, longe disso! Porém, o estresse está presente na vida das pessoas – seja no trabalho, nos estudos ou na vida pessoal.

A questão é tentar controlá-lo o máximo possível e não se esquentar com coisas poucas e insignificantes. Abílio Diniz numa palestra que assisti disse uma frase que ficou marcada para mim: “tente se estressar com as coisas realmente importantes, pode ter certeza, se você colocá-las no papel, não vai escrever nem a primeira página”.

7º Item – Colocar o planejamento em prática

“Não podemos prever o futuro, mas podemos criá-lo”. A célebre frase de Peter Drucker, considerado o pai da Administração moderna, define bem esse tópico. Nosso futuro é moldado através das nossas atitudes e ações. Para criarmos ela da forma que desejamos, precisamos por em prática nossas metas, objetivos e – obviamente – a lista que preparamos para o próximo ano.

Agora é com vocês! Qual item que não vai faltar na sua lista de 2012?


Fábio Bandeira de Mello
Fonte: http://www.administradores.com.br

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Se


Se, ao final desta existência,
Alguma ansiedade me restar
E conseguir me perturbar;
Se eu me debater aflito
No conflito, na discórdia…

Se ainda ocultar verdades
Para ocultar-me,
Para ofuscar-me com fantasias por mim criadas…

Se restar abatimento e revolta
Pelo que não consegui
Possuir, fazer, dizer e mesmo ser…

Se eu retiver um pouco mais
Do pouco que é necessário
E persistir indiferente ao grande pranto do mundo…

Se algum ressentimento,
Algum ferimento
Impedir-me do imenso alívio
Que é o irrestritamente perdoar,

E, mais ainda,
Se ainda não souber sinceramente orar
Por quem me agrediu e injustiçou…

Se continuar a mediocremente
Denunciar o cisco no olho do outro
Sem conseguir vencer a treva e a trave
Em meu próprio…

Se seguir protestando
Reclamando, contestando,
Exigindo que o mundo mude
Sem qualquer esforço para mudar eu…

Se, indigente da incondicional alegria interior,
Em queixas, ais e lamúrias,
Persistir e buscar consolo, conforto, simpatia
Para a minha ainda imperiosa angústia…

Se, ainda incapaz
para a beatitude das almas santas,
precisar dos prazeres medíocres que o mundo vende…

Se insistir ainda que o mundo silencie
Para que possa embeber-me de silêncio,
Sem saber realizá-lo em mim…

Se minha fortaleza e segurança
São ainda construídas com os materiais
Grosseiros e frágeis
Que o mundo empresta,
E eu neles ainda acredito…

Se, imprudente e cegamente,
Continuar desejando
Adquirir,
Multiplicar,
E reter
Valores, coisas, pessoas, posições, ideologias,
Na ânsia de ser feliz…

Se, ainda presa do grande embuste,
Insistir e persistir iludido
Com a importância que me dou…

Se, ao fim de meus dias,
Continuar
Sem escutar, sem entender, sem atender,
Sem realizar o Cristo, que,
Dentro de mim,
Eu Sou,
Terei me perdido na multidão abortada
Dos perdulários dos divinos talentos,
Os talentos que a Vida
A todos confia,
E serei um fraco a mais,
Um traidor da própria vida,
Da Vida que investe em mim,
Que de mim espera
E que se vê frustrada
Diante de meu fim.

Se tudo isto acontecer
Terei parasitado a Vida
E inutilmente ocupado
O tempo
E o espaço
De Deus.
Terei meramente sido vencido
Pelo fim,
Sem ter atingido a Meta.

Hermogenes

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011


Nunca fui como todos
Nunca tive muitos amigos
Nunca fui favorita
Nunca fui o que meus pais queriam
Nunca tive alguém que amasse
Mas tive somente a mim
A minha absoluta verdade
Meu verdadeiro pensamento
O meu conforto nas horas de sofrimento
não vivo sozinha porque gosto
e sim porque aprendi a ser só...

Florbela Espanca

domingo, 25 de dezembro de 2011

Além da Terra, além do Céu


Além da Terra, além do Céu,
no trampolim do sem-fim das estrelas,
no rastro dos astros,
na magnólia das nebulosas.
Além, muito além do sistema solar,
até onde alcançam o pensamento e o coração,
vamos!
vamos conjugar
o verbo fundamental essencial,
o verbo transcendente, acima das gramáticas
e do medo e da moeda e da política,
o verbo sempreamar,
o verbo pluriamar,
razão de ser e de viver.

Carlos Drummond de Andrade

sábado, 24 de dezembro de 2011

Enfim é Natal


É Natal!
Deixa de lado o ar sério
que te anuvia o olhar...
Esquece a tribulação que a vida te expõe...
Sorri!
Sê de novo criança como nos tempos em que acreditavas em
Papai Noel.
Revive, imensa e pura, a esperança do sapatinho na janela.
Recebe, como bênção, o aperto de mão de quem te encontra,
o sorriso que chega com um voto de alegria.
Apaga do pensamento as dúvidas e os temores; tem fé, esperança...
É Natal!
Deixa o coração livre como a criança...
Olha o pouco do céu que há em tudo: guarda-o também contigo...
Em cada riso, em cada mensagem que vem de longe,
há um pouco de eterno.
E é tão simples termos o infinito dentro de nós.
É Natal!
Esquece os outros dias que te tornaram triste.
Há um menino, em algum lugar azul, inundando teu caminho de felicidade, amor e luz.
Ele tornará teu coração criança.
É Natal!
Sorri para quem passa, estende a mão a quem te espera.
Lembra-te dos esquecidos e sonha com o presépio
e a simplicidade de tudo aquilo que nos proporciona
a Paz e a Alegria e...
Que na tua vida, todos os dias seja
Natal.

Sónia Tavares
http://www.facebook.com/FORCAPALAVRAS?sk=wall#!/photo.php?fbid=287830627933873&set=a.177472492303021.52997.177381672312103&type=1&theater

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Química


Sublimemos, amor. Assim as flores
No jardim não morreram se o perfume
No cristal da essência se defende.
Passemos nós as provas, os ardores:
Não caldeiam instintos sem o lume
Nem o secreto aroma que rescende.

José Saramago

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Balada das dez bailarinas do cassino


Dez bailarinas deslizam
por um chão de espelho.
Têm corpos egípcios com placas douradas,
pálpebras azuis e dedos vermelhos.
Levantam véus brancos, de ingênuos aromas,
e dobram amarelos joelhos.

Andam as dez bailarinas
sem voz, em redor das mesas.
Há mãos sobre facas, dentes sobre flores
e com os charutos toldam as luzes acesas.
Entre a música e a dança escorre
uma sedosa escada de vileza.

As dez bailarinas avançam
como gafanhotos perdidos.
Avançam, recuam, na sala compacta,
empurrando olhares e arranhando o ruído.
Tão nuas se sentem que já vão cobertas
de imaginários, chorosos vestidos.

A dez bailarinas escondem
nos cílios verdes as pupilas.
Em seus quadris fosforescentes,
passa uma faixa de morte tranqüila.
Como quem leva para a terra um filho morto,
levam seu próprio corpo, que baila e cintila.

Os homens gordos olham com um tédio enorme
as dez bailarinas tão frias.
Pobres serpentes sem luxúria,
que são crianças, durante o dia.
Dez anjos anêmicos, de axilas profundas,
embalsamados de melancolia.
Vão perpassando como dez múmias,
as bailarinas fatigadas.
Ramo de nardos inclinando flores
azuis, brancas, verdes, douradas.
Dez mães chorariam, se vissem
as bailarinas de mãos dadas.

Cecília Meireles

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Florais de Bach


O tratamento com Florais de Bach é um dos mais conhecidos métodos alternativos para melhorar aspectos psicológicos e nervosos do ser humano. Mas você sabe exatamente como funciona esse método?

Se você tem criança hiperativa ou introspectiva, então, esse assunto serve pra você. Afinal, os Florais de Bach podem ser utilizados em crianças, segundo a terapeuta Maria Aparecida das Neves, educadora em Florais de Bach pela Fundação Dr. Edward Bach da Inglaterra no Brasil. "Qualquer pessoa e de qualquer idade pode usar, pois não há contra indicação e não são medicamentos, são consideradas essências vibracionais", afirma.

Os "Remédios Florais de Bach", como originalmente são chamados, foram descobertos por Edward Bach (1836-1936), um médico homeopata, bacteriologista e imunologista. "São essências de flores com vibrações que atuam diretamente sobre as emoções", explica Maria. No total são utilizadas neste método 38 essências de flores, que são divididas em sete grupos segundo os tipos de personalidade - sendo cada floral para uma emoção específica. "O doutor Bach costumava dizer que este sistema era para o sofrimento da alma, pois são catalisadores de energia", acrescenta.

Segundo a terapeuta, o floral ou composto de florais deve ser tomado até desaparecer o problema - dependendo do caso, mas geralmente é durante dois meses.

O floral mais popular é o composto de cinco flores "Rescue Remedy". "Esse composto foi elaborado por Bach para ajudar as pessoas a lidar com situações estressantes do dia a dia. Então este floral é um grande aliado emocional, quando necessitamos resgatar o equilíbrio", diz. O composto contém as flores:
- Star of Bethlehem: para traumas e choque;
- Rock Rose: para pavor;
- Clematis: para o sentimento de fraqueza e de não está totalmente presente (sensação de desmaio);
- Impatiens: para agitação e impaciência;
- Cherry Plum: para os momentos de perda descontrole.

Para crianças

Para que um floral seja indicado por um especialista é preciso considerar qual é o tipo de sofrimento do adulto ou criança.

Veja abaixo outros sentimentos das crianças, que são de alguma forma negativos, que podem ser controlados com o uso de Florais de Bach!

- Ansiedade: "Por exemplo, o que incomoda uma criança que está para sair de férias com a escola e vai para um acampamento com seus colegas de classe, uma semana antes começa a ter crises de ansiedade que causam náuseas cada vez que se alimenta. Precisamos verificar qual a causa real desta sensação e chegamos a uma ansiedade frente ao novo, que pode interferir no sono da criança", diz a terapeuta.

Neste caso o indicado pela terapeuta é o "Rescue Remedy Kids", que foi elaborado especialmente para as crianças. "Em sua fórmula original não contem álcool como conservante, em seu lugar foi utilizado como base a glicerina".

- Medo de estar longe da família: Se a causa é o medo de não dar conta em ficar afastada da família, o floral que vai trazer autoconfiança é o "Confidence" da "Linha Kids", elaborado com o floral "Larch". Essa criança normalmente costuma usar a frase "eu não vou conseguir", antecipando o fracasso mesmo antes de fazer a tarefa.

- Dificuldade em ter amizade na escola: Caso seja medo de não conseguir se relacionar com os colegas de sala, de acordo com Maria o floral indicado é o "Mimulus" - que vai melhorar a coragem para enfrentar a tarefa.

- Tímida ou triste: Para as crianças tímidas, o floral indicado também é o "Mimulus", que proporciona sentimento de coragem para elas se apresentarem nas rodas sociais e em outras situações.

- Hiperativa: O floral sugerido é o "Impatiens", para a agitação caracterizada com irritação diante à demora em ser atendido.

- Déficit de atenção: Neste caso imaginamos uma situação onde não consegue se concentrar nos estudos. O tempo inteiro sua mente vagueia por vários pensamentos e necessita de foco. "Usamos o floral "Daydream" também da linha Kids, preparado a base de glicerina. Este é um quadro bastante comum em crianças, então o floral já esta pronto para uso e trará foco e concentração", esclarece Maria.

- Medrosa: Neste tema deve-se verificar a causa do medo. "Se é terror e pânico, o floral é o ‘Rock Rose', que vai trazer bem estar e coragem. Se for perda de controle total, físico mental e emocional o floral indicado é o ‘Cherry Plum' que vai trazer autocontrole", diz.

- Nervosa, briguenta: Se a criança apresenta sinais de ira, ódio, ciúmes, o floral indicado será o "Holly", que transforma todas as contrariedades em amor universal e pelas diferenças.

Os Florais de Bach são comercializados, normalmente, em farmácias de manipulação - as quais podem indicar profissionais especializados neste tipo de tratamento.

Lembre-se: Os Florais de Bach só podem ser administrados quando o problema é unicamente emocional. Caso haja sintoma físico, é preciso procurar um médico.

Viviam Santos

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Escritora, sim; intelectual, não


“Outra coisa que não parece ser entendida pelos outros é quando me chamam de intelectual e eu digo que não sou. De novo, não se trata de modéstia e sim de uma realidade que nem de longe me fere. Ser intelectual é usar sobretudo a inteligência, o que eu não faço: uso é a intuição, o instinto. Ser intelectual é também ter cultura, e eu sou tão má leitora que agora já sem pudor, digo que não tenho mesmo cultura. Nem sequer li as obras importantes da humanidade.

[...] Literata também não sou porque não tornei o fato de escrever livros ‘uma profissão’, nem uma ‘carreira’. Escrevi-os só quando espontaneamente me vieram, e só quando eu realmente quis. Sou uma amadora?

O que sou então? Sou uma pessoa que tem um coração que por vezes percebe, sou uma pessoa que pretendeu pôr em palavras um mundo ininteligível e um mundo impalpável. Sobretudo uma pessoa cujo coração bate de alegria levíssima quando consegue em uma frase dizer alguma coisa sobre a vida humana ou animal.”

Clarice Lispector

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Celebrar o envelhecimento


"Para celebrar o meu envelhecimento, certo dia eu escrevi as 45 lições que a vida me ensinou. É a coluna mais solicitada que eu já escrevi.

1. A vida não é justa, mas ainda é boa.
2. Quando estiver em dúvida, dê somente o próximo passo, pequeno.
3. A vida é muito curta para desperdiçá-la odiando alguém.
4. Seu trabalho não cuidará de você quando você ficar doente. Seus amigos e familiares cuidarão. Permaneça em contato.
5. Pague mensalmente seus cartões de crédito.
6. Você não tem que ganhar todas as vezes. Concorde em discordar.
7. Chore com alguém. Cura melhor do que chorar sozinho.
8. É bom ficar bravo com Deus. Ele pode suportar isso.
9. Economize para a aposentadoria começando com seu primeiro salário.
10. Quanto ao chocolate, é inútil resistir.
11. Faça as pazes com seu passado, assim ele não atrapalha o presente.
12. É bom deixar suas crianças verem que você chora.
13. Não compare sua vida com a dos outros. Você não tem idéia do que é a jornada deles.
14. Se um relacionamento tiver que ser um segredo, você não deveria entrar nele.
15. Tudo pode mudar num piscar de olhos. Mas não se preocupe, Deus nunca pisca.
16. Respire fundo. Isso acalma a mente.
17. Livre-se de qualquer coisa que não seja útil, bonito ou alegre.
18. Qualquer coisa que não o matar o tornará realmente mais forte.
19. Nunca é muito tarde para ter uma infância feliz. Mas a segunda vez é por sua conta e ninguém mais.
20. Quando se trata do que você ama na vida, não aceite um não como resposta.
21. Acenda as velas, use os lençóis bonitos, use roupa chic. Não guarde isto para uma ocasião especial. Hoje é especial.
22. Prepare-se mais do que o necessário, depois siga com o fluxo.
23. Seja excêntrico agora. Não espere pela velhice para vestir roxo.
24. O órgão sexual mais importante é o cérebro.
25. Ninguém mais é responsável pela sua felicidade, somente você.
26. Enquadre todos os assim chamados "desastres" com estas palavras: 'Em cinco anos, isto importará?'
27. Sempre escolha a vida.
28. Perdoe tudo de todo mundo.
29. O que outras pessoas pensam de você não é da sua conta.
30. O tempo cura quase tudo. Dê tempo ao tempo..
31. Não importa quão boa ou ruim é uma situação, ela mudará.
32. Não se leve muito a sério. Ninguém faz isso.
33. Acredite em milagres.
34. Deus ama você porque ele é Deus, não por causa de qualquer coisa que você fez ou não fez.
35. Não faça auditoria na vida. Destaque-se e aproveite-a ao máximo agora.
36. Envelhecer ganha da alternativa "morrer jovem".
37. Suas crianças têm apenas uma infância.
38. Tudo que verdadeiramente importa no final é que você amou.
39. Saia de casa todos os dias. Os milagres estão esperando em todos os lugares.
40. Se todos nós colocássemos nossos problemas em uma pilha e víssemos todos
os dos outros como eles são, nós pegaríamos nossos mesmos problemas de volta.
41. A inveja é uma perda de tempo. Você já tem tudo o que precisa...
42. O melhor ainda está por vir.
43. Não importa como você se sente, levante-se, vista-se bem e apareça.
44. Produza!
45. A vida não está amarrada com um laço, mas ainda é um presente.”

Regina Brett

domingo, 18 de dezembro de 2011

Alfabeto emocional


1.Alfabeto emocional O Dr. Juan Hitzig estudou as características de alguns longevos saudáveis e concluiu que além das características biológicas, o denominador comum entre todos eles está em suas condutas e atitudes.

2.“ Cada pensamento gera uma emoção e cada emoção mobiliza um circuito hormonal que terá impacto nos trilhões de células que formam um organismo – explica -.

3.As condutas “S”: serenidade, silêncio, sabedoria, sabor, sexo, sono, sorriso, promovem secreção de Serotonina, … enquanto que as condutas “R”: ressentimento, raiva, rancor, repressão, resistências, facilitam a secreção de CoRtisol, um hormônio coRRosivo para as células, que acelera o envelhecimento.

4.As condutas “S” geram atitudes “A”: ânimo, amor, apreço, amizade, aproximação. As condutas “R” pelo contrário geram atitudes “D”: depressão, desânimo, desespero, desolação.

5.Aprendendo este alfabeto emocional, lograremos viver mais tempo e melhor, porque o “sangue ruim” (muito cortisol e pouca serotonina) deteriora a saúde, oportuniza as doenças e acelera o envelhecimento. O bom humor, pelo contrário, é a chave para a longevidade saudável.”

6.Tenha uma excelente vida! Plena de Serotonina!!!

Dr. Juan Hitzig

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Ser feliz


Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um não. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Augusto Cury

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

As mulheres são mesmo um mistério


Tenho pensado cada vez mais acerca da condição feminina. Trata-se de um dos poucos temas da psicologia das pessoas normais sobre o qual nunca escrevi um texto longo – e estou me preparando para fazê-lo. Tenho lido muito a respeito e tenho visto como é pobre a visão que, homens e mulheres, têm de si mesmos – principalmente as mulheres. A dificuldade de homens entenderem as mulheres e vice-versa é mais fácil de aceitar porque temos enorme dificuldade de lidar com diferenças.

As diferenças sempre provocam tendência a comparações. O curioso nas comparações entre homens e mulheres é que quase todos os homens se sentem por baixo, inferiores, a elas. As mulheres variam mais quanto a este aspecto e pelo menos uma boa metade acha a condição feminina mais favorável. É claro que aquele que, ao se comparar, se sentir por baixo, desenvolverá a hostilidade agressiva própria da inveja. O papel da inveja na associação entre o sexo e a agressividade é muito relevante e isso é bem claro para mim já há uns 20 anos.

A nossa época é difícil de ser entendida e as generalizações são perigosíssimas. Existem pessoas pertencentes a pelo menos 3 gerações distintas que se sucederam ao longo dos últimos 30 anos. Existem, por exemplo, os homens que, tendo mais de 35-40 anos de idade, continuam a manifestar todos os comportamentos tradicionais de machismo agressivo ou de reverência intimidada diante das mulheres, especialmente as que lhes despertam o desejo sexual. Existem os homens que hoje estão entre 20 e 35 anos que estão totalmente perplexos e perdidos e não sabem muito bem como se posicionar. Tendem a ver as mulheres de forma mais igualitária, respeitando-as profissionalmente; porém, ainda invejam o poder sensual delas e isso determina duas tendências: uma delas é a de continuar a agir, ainda que de forma disfarçada, da maneira mais tradicional que escrevi a respeito dos mais velhos; a outra maneira é tentar imitar o modo de ser delas, tentando despertar o desejo delas por meio do aprimoramento de suas aptidões físicas; são os que freqüentam as academias, usam cremes, gastam bastante em roupas e outros adornos.

O terceiro grupo é o dos jovens de menos de 20 anos. Estes estão numa boa. Vêem as mulheres reais apenas como parceiras românticas e se interessam sexualmente por elas apenas quando estão namorando. Quando estão sozinhos, se valem das facilidades derivadas do farto material pornográfico à disposição. Não freqüentam as prostitutas e não têm muito interesse no sexo casual. Preferem o sexo virtual ou o sexo no contexto amoroso. Não são paqueradores e não se sentem por baixo pelo fato de não provocarem o desejo das mulheres porque estão sempre muito satisfeitos sexualmente graças aos seus “programas virtuais”. Costumam ser moços serenos e até mesmo um pouco preguiçosos, pois não sentem que precisam fazer muita força ou ter muito sucesso para terem acesso às moças que, não sendo assediadas, passaram a assediá-los – ou a tentar trocar carícias com outras moças.

E as mulheres? Não tenho a impressão de que é possível agrupá-las em 3 tipos – e seus subgrupos – como fiz com os homens. Parecem portadoras de uma multiplicidade que nem elas entendem. Os homens as invejam porque consideram que elas teriam uma enorme facilidade para o sexo casual já que estão sempre sendo paqueradas por alguém (o que não acontece com eles, que têm que ir atrás). A grande maioria delas não se interessa por isso apesar de adorarem se exibir e atrair olhares. Parece que o prazer exibicionista é suficiente para elas, o que não faz o menor sentido para os homens.

Outras têm medo de sua exuberância sexual e tratam de se deformar: engordam demais justamente na mocidade, descuidam de outros elementos de sua aparência. Outras se queixam da falta de orgasmo e a grande maioria nem percebe que o orgasmo não lhes provoca a saciedade parecida com a que acontece com a ejaculação masculina. Buscam mesmo é o sexo associado ao amor e fazem, cada vez mais, o discurso pela igualdade que pede o sexo sem compromisso. Isso justamente quando os homens jovens estão se desinteressando disso. Mulheres homossexuais, diferentemente dos homens, preferem relações estáveis e duradouras. Mulheres heterossexuais sozinhas buscam parceiros na noite e sempre se decepcionam quando não há continuidade. Apesar disso, continuam dizendo que é legal este jogo de sedução e paquera. Muitas são sinceras e se declaram desinteressadas disso e claramente buscando um parceiro fixo. Outras mulheres se divertem de verdade com o sexo casual e as suas amigas as invejam e não sabem porque não são como elas. Umas gostam de tomar a iniciativa na paquera enquanto que outras acham isso terrível.

Bem, basta de confusão por hora. Gostaria de deixar claro que isso é apenas o início da conversa porque as mulheres parecem ser portadoras de uma multiplicidade que surpreende a elas mesmas. A pergunta de Freud "-Afinal, o que querem as mulheres?" parece que não será respondida facilmente; e talvez seja mais difícil para elas dar a resposta do que para um observador masculino.

Flávio Gikovate

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Desapego


Liberte suas ideias, assim como quando respira profundamente e limpa seus pulmões. Liberdade e respiração caminham juntas, não há como se comunicar uma pessoa aprisionada a dogmas ou a conceitos que fogem da realidade do universo. Solte seus medos pelo ar que expira e chame sua força pelo ar que inspira, não permita que o apego a ideias com raízes na culpa e na obrigação transforme você em um ser irracional, que aceita tudo sem questionar e sem meditar a respeito.

Suas dúvidas e incertezas farão de você um ser que pretende evoluir, pois nada é por acaso, tudo tem sua hora e, para alcançar o próximo degrau, depende apenas da sua vontade de romper com a prisão do apego.

A prisão do apego é emocional quando os fatores envolvidos são posturas de vida, que proporcionam qualquer preconceito de toda ordem. Pense nisso, medite por longo período e comece a mudar conceitos de sua infância, de sua adolescência, de sua fase adulta, enfim, de qualquer época que arrasta poeira e barro na sua vibração como ser em evolução. Limpe seu comportamento com perdão a tudo e a todos. Limpe sua memória de mágoas e de passagens que não preenchem um bom currículo. Limpe todos os conceitos que um dia alguém ensinou porque hoje você acordou.

Graças ao universo superior, a cada dia uma nova oportunidade está surgindo à sua frente.

A prisão do apego material é sem dúvida algo a se pensar, pois aquele que não divide com o mundo o seu conteúdo e valor, aproveita pouco, sofre muito, vive em um mundo particular aonde as letras apenas são duas: EU.

Portanto, repito: Liberte suas ideias e rompa a prisão do apego. Seja feliz, um ser que brilha e sente o que realmente é valoroso. Seja alguém que realmente deixará para o mundo paz e amor, acima de conceitos e preconceitos. Seja um ser espiritual que, no fim do caminho, somará suas ideias ao mundo - e o mundo se somará ao seu caminho com luz e sabedoria.

Miriam Zelikowski Blog: www.reiki-cabala.blogspot.com.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

O tempo não é uma medida


"O tempo não é uma medida.
Um ano não conta, dez anos não representam nada.
Ser artista não significa contar, é crescer como a árvore que não apressa a sua seiva e resiste, serena, aos grandes ventos da primavera, sem temer que o verão possa não vir. O verão há de vir. Mas só vem para aqueles que sabem esperar, tão sossegados como se tivessem na frente a eternidade."

Rainer Maria Rilke

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Inveja


Todas as mulheres teriam muito a falar sobre como invejam suas semelhantes, bem como dificilmente assumem tal atitude. Pelo contrário: Fazem piadas das qualidades que vêem nas outras mulheres e não de si mesmas.

Quer saber como tudo começou? Abaixo a história de mitologia grega que tenta explicar.

Na mitologia

Atena, filha de Zeus, era só beleza e habilidade. Dominava atividades intelectuais, e manipulava com maestria diversas ferramentas como o machado, o arado, o jugo de bois, a roda, as velas de barco, habilidades que passou aos homens mortais. Às mulheres, ensinou a fiar e a tecer. Atena também era muito ciumenta.

Aracne era uma jovem nada humilde que vivia na Lídia, onde tecia toda espécie de maravilhas. Elogiava a si própria como sendo a melhor tecelã de todos os tempos. Melhor até que a própria Atena. Como o jornal do Olimpo chegava à sua casa todos os dias, Atena ouviu o comentário e perguntou: Como podia uma reles mortal se atrever a ser melhor do que a própria deusa que inventou o tear, a roca e o fuso?

Atena desceu do Olimpo, bateu à porta da casa de Aracne e assim que a porta se abriu, ela viu uma mulher alta e tão incrivelmente linda que pensou em se tratar de uma deusa. E era. Atena confrontou Aracne e a profetizou de morte, mas Aracne ofereceu, antes de sua execução, um manto de presente à deusa.

Sensibilizada, Atena desafiou Aracne a uma disputa. Elas teriam sete dias para tecer o que quisessem, tendo os próprios conterrâneos como juízes. Caso a mortal vencesse, a punição seria cancelada. A disputa foi apertada, pois ambas tinham excelentes habilidades no tear. Atena fez um manto para Zeus, seu pai, com as cores do crepúsculo. Aracne teceu um manto tão leve quanto as nuvens. Quando as tapeçarias ficaram prontas, Atena admirou o trabalho impecável de sua competidora, mas ficou furiosa porque Aracne ousou ilustrar as desilusões amorosas de Zeus. Claro que Atena ganhou a disputa.

Ao subir novamente ao Olimpo, a deusa disse: "Você está sendo destruída pelo próprio valor que possui. Seu talento lhe picou como um escorpião, envenenando-a".

O tema de sua tapeçaria era a ruína de Aracne, Atena ficou tão enraivecida que rasgou em pedaços o trabalho e induziu Aracne a se enforcar. Depois, sentindo pena, Atena deixou Aracne viver e transformou-a em aranha, condenada para sempre a tecer.

Moral da história

A mulher tem grande dificuldade em lidar com pessoas com qualidades superiores às que ela possui. Ao ser confrontada, a mulher tende a racionalizar como disputa pessoal, vê perigo eminente na disputa por um cargo, por um homem ou até pela relação com uma pessoa de cargo superior. Não gostamos quando somos comparadas ou desafiadas, pois não fomos educadas a como usar determinadas ferramentas para sobreviver na disputa.

Quer uma orientação? Que tal usarmos nossas habilidades tecendo concórdia, elaborando projetos de conciliação de equipe, manuseando as ferramentas disponíveis para o nosso crescimento pessoal?

Sinergia, informação, conhecimento, busca de oportunidades, rede de relacionamento (networking), participação em eventos, workshops, são apenas algumas ferramentas de guerrilha contra a deusa da inveja: O sucesso alheio.

Fádua Sleiman
Site: www.faduasleiman.com.br.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Ih! Esqueci!


A mente anda cansada, com preguiça de pensar, planejar e aprender? E o pior, você vive tendo brancos: para onde estou indo mesmo? Sei que tenho que comprar algo... Caramba, esqueci a panela no fogo! Qual é mesmo o nome daquele ator?

Bem, isso é sinal de que você está se esquecendo de colocar alguns alimentos no seu prato. Afinal, um cérebro saudável e vivo depende de uma alimentação consciente e revitalizante.

De acordo com Conceição Trucom, autora do livro "Mente e cérebro poderosos - Um guia prático para a sua saúde psíquica e emocional", Ed. Cultrix, o consumo de sementes ricas em sais mineiras faz bem à manutenção das células cerebrais todo mundo já sabe. "Mas os neurobiólogos não param de realizar estudos e a lista de alimentos que fortalecem as funções cerebrais fica cada vez mais focada no mundo dos vegetais frescos e dos grãos integrais", garante.

Nas frutas (mais precisamente no morango, no pêssego, na uva, no kiwi, no tomate, na maçã e também na cebola e no espinafre), por exemplo, encontra-se a fisetina, que segundo o Instituto Salk de estudos biológicos, na Califórnia (EUA), é fundamental para manter a memória "jovem", pois sua função é estimular a formação de novas conexões entre os neurônios e fortalecê-las.

Esse fenômeno pode ser explicado pelo fato de haver, nesses vegetais, quando frescos e crus, concentrados de compostos antioxidantes, que neutralizam os danos dos radicais livres no cérebro, melhorando a juventude, a sanidade das células e a capacidade delas de se comunicarem com todas as partes do organismo e de armazenarem informações.

Substâncias amigas do cérebro:
-Zinco, selênio, ferro e fósforo: sais minerais que participam de inúmeras trocas elétricas e mantêm o cérebro acordado e ativo (elétrico). Estão presentes em todas as sementes e grãos, em raízes e nas folhas verde-escuro;
-Ácido cítrico: substância que participa ativamente do Ciclo de Krebs ou Ciclo do Ácido-Cítrico, quando representa um papel fundamental na respiração celular e na geração de energia humana. Presente em todas as frutas ácidas, mas sua maior concentração está nas diferentes variedades de limão;
-Vitamina E: tem ação antioxidante. Presente em todas as sementes e grãos, como também em óleos vegetais prensados a frio;
-Vitamina C: tem ação antioxidante. Presente nas sementes frescas e cruas que foram pré-germinadas, assim como na maioria das frutas;
-Vitaminas do complexo B: regulam a transmissão de informações (as sinapses) entre os neurônios. Presente nas sementes e nas fibras dos alimentos integrais;
-Bioflavonoides: polifenóis com forte ação antioxidante. Além das sementes, são encontrados também no limão, nas frutas cítricas, na uva e nas folhas verde-escuro;
-Colina: participa da construção da membrana de novas células cerebrais e na reparação das já lesadas. Presente na gema do ovo e em todas as sementes e grãos (predominância na soja), como também em óleos vegetais prensados a frio;
-Acetilcolina: neurotransmissor fundamental para as funções de memorização no hipocampo. Presente na gema do ovo e em todas as sementes e grãos (predominância na soja), como também em óleos vegetais prensados a frio.;
-Fitosteróis: estimulante poderoso do sistema de defesa do organismo, que reduz a proliferação de células tumorais, infecções e inflamações. Presente em todas as sementes e grãos, como também em óleos vegetais prensados a frio;
-Fosfolipídeos: funcionam como um detergente, "desengordurando" todos os tecidos por onde passa. Além disso, participam na recuperação das estruturas do sistema nervoso e da memória. Presente em todas as sementes e grãos (predominância na soja), como também em óleos vegetais prensados a frios; e
-Ômega 3: funciona como um antiinflamatório poderoso, evitando a morte de neurônios. Existem somente três fontes: os peixes de águas frias e profundas e as sementes de linhaça e de prímula.

Os vilões do cérebro e da memória:
-Dormir pouco ou dormir demais
-Vida sedentária e estressante
-Emoções e sentimentos mal administrados
-Tabagismo
-Alcoolismo
-Alimentação inconsciente e não balanceada
-Atitudes passionais e destrutivas
-Mau uso dos pensamentos e palavras

Thaís Bronzo

sábado, 10 de dezembro de 2011

A certeza do divino


“Através de meus graves erros — que um dia eu talvez os possa mencionar sem me vangloriar deles — é que cheguei a poder amar.
Até esta glorificação: eu amo o Nada. A consciência de minha permanente queda me leva ao amor do Nada. E desta queda é que começo a fazer minha vida. Com pedras ruins levanto o horror, e com horror eu amo. Não sei o que fazer de mim, já nascida, senão isto: Tu, Deus, que eu amo como quem cai no nada.”

Clarice Lispector

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Os bons e os maus resultados


"Os bons e os maus resultados dos nossos ditos e obras vão-se distribuindo, supõe-se que de uma maneira bastante uniforme e equilibrada, por todos os dias do futuro, incluindo aqueles, infindáveis, em que já cá não estaremos para poder comprová-lo, para congratularmo-nos ou para pedir perdão, aliás, há quem diga que é isto a imortalidade de que tanto se fala."

José Saramago

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Camille Claudel


Camille Claudel (Fère-en-Tardenois, Aisne, 8 de dezembro de 1864 — Paris, 19 de outubro de 1943) foi uma escultora francesa.

Filha de Louis-Prosper Claudel, hipotecário e Louise-Athanaïse Claudel, Camille Claudel passa sua infância em Villeneuve-sur-Fère, morando em um presbitério que seu avô materno, doutor Athanase Cerveaux, havia adquirido. Primeira a ser gerada pelo casal, quatro anos mais velha que Paul Claudel, ela impõe a este, assim como a sua irmã caçula Louise, sua forte personalidade. Segundo Paul, tendo declarado seu desejo de ser escultora, Camille previu também que ele se tornaria escritor e Louise musicista.

Seu pai, maravilhado com seu estupendo e precoce talento que, ainda na infância, produziu esculturas de ossos e esqueletos com impressionante verossimilhança, oferta-lhe todos os meios de desenvolver suas potencialidades. Sua mãe, por outro lado, não vê com bons olhos, colocando-se sempre contra todo aquele empreendimento, reagindo muitas vezes violentamente no sentido de reprovar a filha que traz incômodos e custos excessivos para a manutenção de seu "capricho".

Em 1881, parte para Paris e ingressa na Academia Colarossi, tendo por mestre primeiramente Alfred Boucher e depois Auguste Rodin. É desta época que datam suas primeiras obras que nos são conhecidas: A Velha Helena (La Vieille Hélène — coleção particular) ou Paul aos treze anos (Paul à treize ans — Châteauroux). Rodin, impressionado pela solidez de seu trabalho, admite-a como aprendiz de seu ateliê da rua da Universidade em 1885 e é nesse momento que ela colaborará na execução das Portas do Inferno (Les Portes de l'Enfer) e do monumento Os Burgueses de Calais (Les Bourgeois de Calais).

Tendo deixado sua família pelo amor de Rodin, ela trabalha vários anos a serviço de seu mestre e mantendo-se à custa de sua própria criação. Por vezes, a obra de um e de outro são tão próximas que não se sabe qual obra do mestre ou da aluna inspirou um ou copiou o outro. Além disso, Camille Claudel enfrenta muito rapidamente duas grandes dificuldades: de um lado, Rodin não consegue decidir-se em deixar Rose Beuret, sua companheira devotada desde os primeiros anos difíceis, e de outro lado, alguns afirmam que suas obras seriam executadas por seu próprio mestre. Assim sendo, Camille tentará se distanciar, percebendo-se muito claramente essa tentativa de autonomia em sua obra (1880-94), tanto na escolha dos temas como no tratamento: A Valsa [1](La Valse — Museu Rodin) ou A Pequena Castelã [2] (La Petite Châtelaine, Museu Rodin). Esse distanciamento segue até o rompimento definitivo em 1898. A ruptura é marcada e contada pela famosa obra de título preciso: A Idade Madura [3] (L’Age Mûr – Museu d'Orsay).

Ferida e desorientada, Camille Claudel nutre então por Rodin um amor-ódio que a levará à paranóia. Ela instala-se então no número 19 do quai Bourbon e continua sua busca artística em grande solidão apesar do apoio de críticos como Octave Mirbeau, Mathias Morhardt, Louis Vauxcelles e do fundidor Eugène Blot. Este último organiza duas grandes exposições, esperando o reconhecimento e assim um benefício sentimental e financeiro para Camille Claudel. Suas exposições têm grande sucesso de crítica, mas Camille já está doente demais para se reconfortar com os elogios.

Depois de 1905, os períodos paranóicos de Camille multiplicam-se e acentuam-se. Ela crê em seus delírios que Rodin está apoderando de suas obras para moldá-las e expô-las como suas, que também o inspetor do Ministério das Belas-Artes está em conluio com Rodin, e que desconhecidos querem entrar em sua casa para lhe furtar as obras. Ela vive então em um grande abatimento físico e psicológico, não se alimentando mais e desconfiando de todos.

Seu pai, seu porto-seguro, morre em 3 de março de 1913. Em seguida, em 10 de março, ela é internada no manicômio de Ville-Evrard. A eclosão da Primeira Guerra Mundial levou-a a ser transferida para Villeneuve-lès-Avignon onde morre, após trinta anos de internação, em 19 de outubro de 1943, aos 79 anos incompletos.

Talento
A força e a grandiosidade de seu talento estavam na verdade em um lugar muito incômodo: entre a figura legendária de Rodin e a de seu irmão que se tornou um dos maiores expoentes da literatura de sua geração. E não é difícil ler que as questões de gênero permeiam esse lugar menor dedicado a Camille.

Seu gênio sufocado por dois gigantes, sua vida sufocada por um abandono, suas forças e sua lucidez esgotadas por uma relação umbilical com seu mestre e amante. Uma relação da qual não conseguiu desvencilhar-se, consumindo sua vitalidade na vã tentativa de desembaraçar-se desse destino perverso. Camille Claudel, sua forte personalidade, sua intransigência, seu gênio criativo que ultrapassou a compreensão de sua época, como afirma o personagem de Eugène Blot no filme, permanecerá ainda e sempre um Sumo Mistério.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Competitivas


Sem dúvida a mão de obra feminina vem crescendo no mercado e hoje detém quase 80% do poder de compra no mundo. Estão à frente das pequenas empresas 52% delas, 5% já está em cargos de chefia e não crescem mais. Por quê? Tudo indica que é porque elas competem entre si!

Vale questionar a relação das mulheres com as amigas ou como ela se relaciona com a chefe mulher.

A mulher compete com quem de fato tem o poder, quando é outra mulher. Esta competição se torna às vezes uma incoerência total e lastreada por muitas dores e mágoas. O que é comum se ver em um ambiente de trabalho, escola, ou mesmo entre familiares. É uma porção de mulheres tomando conta de outras mulheres.

Projetam-se na outra quando criticam ou julgam, dissimulam, competem, se suportam, beijam-se, abraçam-se, enfim... É o complexo universo feminino que interage e que, entre si, tenta encontrar seu caminho, no meio de tantos desencontros e muitos desequilíbrios.

Algumas apresentam o que é chamado de "Síndrome da Abelha Rainha", distanciando-se das outras mulheres e se recusando a ajudá-las à medida que sobem na hierarquia.

Ter chefe do mesmo sexo não é um bom indício para mulheres. É o que mostra uma pesquisa da Universidade de Cincinnati, nos Estados Unidos. A líder é mais propensa a bloquear as perspectivas femininas de promoção e, por outro lado, a ajudar os homens. Essa situação se encaixa na síndrome citada.

De acordo com o jornal Daily Mail, estudos anteriores também obtiveram resultados semelhantes. Em 2008, cientistas alemães relataram que as trabalhadoras que respondem a uma supervisora sofrem mais de depressão, insônia, dores de cabeça e azia. E uma análise britânica do ano passado mostrou que dois terços delas preferem um chefe do sexo masculino.

A política britânica Margareth Thatcher, por exemplo, era considerada mais dura do que os próprios homens de seu governo.

Dicas de "sobrevivência" com outras mulheres, amigas ou chefes:

- Não crie barreiras no relacionamento, observe os limites do respeito mútuo;
- Fortaleça uma autoestima positiva. Quando se é competente, não se teme o outro ou a outra;
- Procure ser assertiva ao falar ou lidar com a outra pessoa;
- Crie empatia. Saber se colocar no lugar da outra e tentar imaginar como seria sua reação em várias situações;
- Tente fazer da outra uma aliada nos seus planos e projetos. Faça-a se sentir querida e não ameaçada.
Boa convivência!

Fádua Sleiman é consultora empresarial, pós-graduada em Administração de Marketing, Finanças e Economia, palestrante e autora do livro "Marketing de Batom". Site: www.faduasleiman.com.br.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Neste momento


Neste momento,
penso em você e então
quisera me transformar em vento.
E se assim fosse,
chegaria agora como brisa fresca
e tocaria leve sua janela.
E se você me escuta e
me permite entrar,
em você vou me enroscar
quase sem o tocar.
Vou roçar nos seus cabelos,
soprar mansinho no ouvido,
beijar sua boca macia,
o embalar no meu carinho
Mas eu não sou vento...
Agora sou só pensamento e
estou pensando em você.
E se abrir sua janela,
eu estou chegando aí,
agora...
neste momento,
em pensamento...
no vento.

Roberto Shinyashiki

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Posso ter defeitos


Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um não. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Augusto Cury

domingo, 4 de dezembro de 2011

Coisas da Vida


Só para os mais importantes...
Já escondi um amor com medo de perdê-lo,
Já perdi um amor por escondê-lo...
Já segurei nas mãos de alguém por estar com medo,
Já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
já expulsei pessoas que amava de minha vida,
Já me arrependi por isso...
Já passei noites chorando até pegar no sono,
Já fui dormir tão feliz,
Ao ponto de nem conseguir fechar os olhos...
Já acreditei em amores perfeitos,
Já descobri que eles não existem...
Já amei pessoas que me decepcionaram,
Já decepcionei pessoas que me amaram...
Já passei horas na frente do espelho
Tentando descobrir quem sou,
Já tive tanta certeza de mim,
Ao ponto de querer sumir...
Já menti e me arrependi depois,
Já falei a verdade
E também me arrependi...
Já fingi não dar importância a pessoas que amava,
Para mais tarde chorar quieto em meu canto...
Já sorri chorando lágrimas de tristeza,
já chorei de tanto rir...
Já liguei pra quem não queria
Apenas para não ligar para quem realmente queria
já corri atrás de um carro,
por ele levar alguém que eu amava embora.
Já chamei pela mãe no meio da noite
Fugindo de um pesadelo,
Mas ela não apareceu
E foi pesadelo maior ainda...
Já chamei pessoa próximas de "amigo"
E descobri que não eram;
Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada
E sempre foram e serão especiais para mim...
Não me dêem fórmulas certas,
Porque eu não espero acertar sempre...
Não me mostre o que esperam de mim,
Porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que eu não sou,
Não me convidem a ser igual,
Porque sinceramente sou diferente!...
Não sei amar pela metade,
Não sei viver de mentiras,
Não sei voar com os pés no chão...
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma para sempre...
Com o tempo aprendi que o que importa não é o que você tem na vida, mas QUEM
você tem na vida...
E que bons amigos são a família que nos permitem escolher...
Gosto de cada um de vocês de um jeito especial e único...

Clarice Lispector

sábado, 3 de dezembro de 2011

A fé


A fé levanta, remove impurezas, acorda a consciência, equilibra e faz do ser humano alguém que reconhece que na vida tudo acontece por um motivo, seja lição seja reformulação, limites são importantes, respeito é o liga a mente e o coração no equilíbrio da balança, tenha fé na mesma proporção que deseja ter saúde e realizações, a Vida agradece e o universo aplaude e você receberá na medida do seu merecimento.

Miriam Zelikowski - Bioterapia & Odontologia Emocional.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Segredo para fazer um casamento durar


Minha mulher e eu temos o segredo para fazer um casamento durar:
Duas vezes por semana, vamos a um ótimo restaurante, com uma comida gostosa, uma boa bebida e um bom companheirismo. Ela vai às terças-feiras e eu, às quintas.
Nós também dormimos em camas separadas: a dela é em Fortaleza e a minha, em SP.
Eu levo minha mulher a todos os lugares, mas ela sempre acha o caminho de volta.
Perguntei a ela onde ela gostaria de ir no nosso aniversário de casamento, "em algum lugar que eu não tenha ido há muito tempo!" ela disse. Então, sugeri a cozinha.
Nós sempre andamos de mãos dadas...
Se eu soltar, ela vai às compras!
Ela tem um liquidificador, uma torradeira e uma máquina de fazer pão, tudo elétrico.
Então, ela disse: "nós temos muitos aparelhos, mas não temos lugar pra sentar".
Daí, comprei pra ela uma cadeira elétrica.
Lembrem-se: o casamento é a causa número 1 para o divórcio. Estatisticamente, 100% dos divórcios começam com o casamento. Eu me casei com a "senhora certa".
Só não sabia que o primeiro nome dela era "sempre".
Já faz 18 meses que não falo com minha esposa. É que não gosto de interrompê-la.
Mas, tenho que admitir: a nossa última briga foi culpa minha.
Ela perguntou: "O que tem na TV?"
E eu disse: "Poeira".

Luís Fernando Veríssimo

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Aprendendo a lidar com o medo da felicidade


O amor, que era um prazer negativo, ganha um enorme ingrediente positivo relacionado ao fato da pessoa formar o elo com alguém que também seja o seu melhor amigo. Se este parceiro for também aquele com quem se têm as relações sexuais (agora sim dignas deste nome), então estamos diante daquilo que tenho chamado de +amor, ou seja, aconchego mais amizade e mais sexo! Atenuamos o desamparo, trocamos carícias eróticas e somos íntimos da mesma pessoa. É o máximo que se pode pretender de um relacionamento afetivo.

É uma pena que seja um encontro tão incomum. Não é à toa, pois ele depende de um grande desenvolvimento emocional, moral e também de uma grande coragem. Isso porque somos portadores de mais um problema enorme que é o seguinte: temos muito medo da felicidade. Sempre que nos aproximamos desse estado de plenitude, no qual sentimos que nada nos falta – ainda que isso seja uma sensação que descreve um momento ou um breve período – nos apavoramos porque sentimos que algo de terrível está para nos acontecer.

Todo o pensamento supersticioso, tão profundamente arraigado em nossa cultura, tem a ver com o medo da felicidade. Acontecimentos positivos nos levam a praticar rituais de proteção contra as eventuais desgraças que parecem estar prestes a acontecer. Como a felicidade sentimental é o maior sonho da maioria das pessoas também é a mais forte causa do medo da felicidade. Penso também que o fenômeno amoroso tem uma relação direta e imediata com o medo da felicidade, porque ambos derivam da dramática experiência do nascimento. Até um determinado momento, estávamos vivendo em plena harmonia no útero materno e, num instante seguinte, fomos dramaticamente expulsos de lá. Se o amor provoca sensações parecidas com a plenitude uterina, parece que, ao conseguirmos realizá-lo, seremos vítimas de uma nova ruptura, de um novo “big bang”.

Felizmente isso não é verdadeiro. Trata-se de uma espécie de condicionamento, uma fobia que se estabeleceu a partir do trauma do nascimento. A verdade é que a felicidade não aumenta em nada as chances de que coisas ruins nos aconteçam. Mas não acreditamos nisso. E aí, o que fazemos? Fugimos ativamente da felicidade buscando parceiros menos adequados e que não irão nos completar inteiramente. Essa é apenas uma das muitas manifestações destrutivas que têm que ser combatidas por aqueles que pretendem avançar na direção de uma ótima qualidade de vida. Assim sendo, tentar domesticar o medo da felicidade e as tendências autodestrutivas que derivam dele é o último e dificílimo obstáculo a ser vencido por aqueles que querem conhecer de perto a paz de espírito e as alegrias que caracterizam a felicidade possível.

Flávio Gikovate

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Sem remédio


Aqueles que me têm muito amor
Não sabem o que sinto e o que sou...
Não sabem que passou, um dia, a Dor
À minha porta e, nesse dia, entrou.
E é desde então que eu sinto este pavor,
Este frio que anda em mim, e que gelou
O que de bom me deu Nosso Senhor!
Se eu nem sei por onde ando e onde vou!!
Sinto os passos de Dor, essa cadência
Que é já tortura infinda, que é demência!
Que é já vontade doida de gritar!
E é sempre a mesma mágoa, o mesmo tédio,
A mesma angústia funda, sem remédio,
Andando atrás de mim, sem me largar!

Florbela Espanca

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Viver e escrever


Quando comecei a escrever, que desejava eu atingir? Queria escrever alguma coisa que fosse tranqüila e sem modas, alguma coisa como a lembrança de um alto monumento que parece mais alto porque é lembrança. Mas queria, de passagem, ter realmente tocado no monumento.
Sinceramente não sei o que simbolizava para mim a palavra monumento. E terminei escrevendo coisas inteiramente diferentes.

Não sei mais escrever, perdi o jeito. Mas já vi muita coisa no mundo. Uma delas, e não das menos dolorosas, é ter visto bocas se abrirem para dizer ou talvez apenas balbuciar, e simplesmente não conseguirem. Então eu quereria às vezes dizer o que elas não puderam falar. Não sei mais escrever, porém o fato literário tornou-se aos poucos tão desimportante para mim que não saber escrever talvez seja exatamente o que me salvará da literatura.
O que é que se tornou importante para mim? No entanto, o que quer que seja, é através da literatura que poderá talvez se manifestar.”

Até hoje eu por assim dizer não sabia que se pode não escrever. Gradualmente, gradualmente até que de repente a descoberta tímida: quem sabe, também eu já poderia não escrever. Como é infinitamente mais ambicioso. É quase inalcançável.

Clarice Lispector

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Aprendendo a curtir os verdadeiros prazeres positivos


OS PRAZERES DO CORPO - Vive bem quem consegue superar mais ou menos rapidamente as dores inexoráveis da nossa condição e que tem os meios necessários para viver próximo do ponto de equilíbrio, usufruindo de um bem-estar bastante gratificante. Esses são ingredientes essenciais à felicidade. Ela seria incompleta e desinteressante se fosse composta apenas disso. A ela se agregam os prazeres positivos, aqueles que não dependem da existência prévia de nenhum tipo de desconforto ou dor.

O exemplo mais típico de um prazer positivo é a excitação sexual: saímos do zero, do bem-estar, para um estado de inquietação sentido como extraordinariamente agradável. Sentimos a excitação e somos conscientes disso. Quando ela é muito intensa pode até mesmo interromper o processo de pensamento, determinando um estado de êxtase efêmero, mas suficientemente gratificante para justificar a busca insistente do prazer erótico por parte de quase todo o mundo.

A excitação sexual se manifesta a partir da estimulação táctil das zonas erógenas tanto quando elas são praticadas individualmente como também quando elas derivam de trocas de carícias entre duas pessoas. Nos homens, a excitação pode depender também de estímulos visuais, sem que haja nenhum tipo de contato. Os objetos de desejo sexual são de natureza muito diferente dos objetos amorosos, pois são múltiplos e indiscriminados; e nem sempre estão em sintonia com os sentimentos amorosos. O objeto do amor é muito específico, de modo que penso que só neste caso cabe falar em efetiva relação. As trocas de carícias eróticas são chamadas de relações sexuais, mas não sei se chegam a ser mesmo “relações” – isso quando acontecem fora do envolvimento amoroso.

A questão sexual é extraordinariamente complexa em nossa espécie por diversos motivos. Como as “relações sexuais” podem determinar a reprodução, sempre estiveram fortemente regulamentadas. Sempre foram mal vistas por certas correntes religiosas por serem fonte de grandes prazeres. Além disso, contém mais um ingrediente, este sim difícil de ser equacionado. Estou me referindo à vaidade, ao prazer erótico relacionado com o exibicionismo, com o atrair olhares de admiração e eventualmente de desejo, com o ato de se destacar. O destaque pode acontecer por força da beleza ou outras competências físicas extraordinárias. Ele pode se manifestar também em outras áreas, como nas realizações profissionais, artísticas ou intelectuais. Atraem a admiração e despertam uma excitação muito grande na pessoa que consegue se sobressair.

Penso na vaidade como o mais complicado elemento da nossa subjetividade. Ela é responsável pela busca de notoriedade, de chamar a atenção, da pessoa se sobrepor às outras. Acontece que aquelas que não conseguem igual destaque – e que são a maioria – se sentem diminuídas, incomodadas, invejosas e revoltadas. O destaque implica sempre na presença de propriedades incomuns, privilégio de uma minoria. Constituem-se assim as “felicidades aristocráticas”, relacionadas com a beleza física, com dotes atléticos espetaculares, com uma inteligência privilegiada, algum dote artístico valorizado ou mesmo a posse de muitos bens materiais. Elas podem fazer bem aos que as possuem, mas desequilibram as sociedades, gerando ondas de hostilidade invejosa insolúveis.

O sexo é prazer físico positivo por excelência e, por meio da vaidade, pode contaminar também os prazeres intelectuais. Existem outros prazeres físicos e que são de natureza mais democrática. Talvez devêssemos, como sociedade e como indivíduos, nos ater mais a eles. Podemos nos deleitar com a dança, com os esportes individuais por meio dos quais estamos apenas nos tornando cada vez mais bem condicionados – sem expectativa competitiva alguma. Ficamos felizes ao conseguirmos chegar ao peso desejado, ao sentirmos nosso corpo rendendo o máximo. Essas são “felicidades democráticas”, uma vez que estão aí à disposição de todos aqueles que se disciplinarem e dedicarem algumas horas da semana ao cultivo do corpo.

OS PRAZERES INTELECTUAIS - Graças ao “software” sofisticado que conseguimos construir, fomos capazes de desenvolver prazeres intelectuais autônomos – apesar de que eles também estão contaminados com a vaidade, elemento erótico por excelência. Aprender é um prazer positivo que nos acompanha desde tenra infância e que deveria ser cultivado sempre. Aprender é prazer profundamente democrático, já que aí há espaço para que todos evoluam. Perceber que conseguimos apreciar melhor as artes, que podemos curtir cada vez mais e melhor os bons filmes, que as conversas sofisticadas com os amigos queridos são uma delícia e que estamos sendo capazes de evoluir emocional e moralmente talvez sejam nossos maiores prazeres intelectuais, certamente os únicos comparáveis com os prazeres do sexo. Os genuínos prazeres intelectuais independem da vaidade, pois a boa conversa e a emoção ao ouvir uma música não necessitam de observadores – essenciais no exibicionismo.

Os avanços intelectuais e morais nos levam a ser criaturas disciplinadas e costumam trazer grande satisfação íntima. O que chamamos de auto-estima é relacionado com isso, uma vez que podemos fazer um juízo cada vez melhor de nós mesmos. Eles vêm acompanhados de melhores resultados práticos, o que reforça a vaidade. Os avanços profissionais se tornam quase que inevitáveis.

Um outro avanço fundamental também ocorre e esse tem a ver com o aspecto sentimental. Uma boa auto-estima altera o foco da admiração, que passa a se dirigir na direção das pessoas com quem as afinidades predominam. Passamos a nos encantar por pessoas escolhidas segundo os mesmos critérios que os amigos, ou seja, aqueles com quem temos o enorme prazer intelectual derivado de conversas intensas e sinceras. Amigos são criaturas confiáveis. Amigos determinam prazeres positivos porque não precisamos nos sentir desamparados ou tristes para que apreciemos muito a companhia deles. Ao estabelecermos o elo relacionado ao aconchego sentimental com um parceiro que também seja o nosso melhor amigo, estaremos nos aproximando do melhor dos mundos.

Flávio Gikovate

domingo, 27 de novembro de 2011

Destralhe-se


"Bom dia, como está a alegria?", diz dona Francisca, minha faxineira, que acaba de chegar.
"Antes de começar, deixa eu te dar um abraço que preste", e ela me apertou.
Na matemática de dona Francisca, "quatro abraços por dia dão para sobreviver, oito ajudam a nos manter vivos, 12 fazem a vida prosperar". Falando nisso, "vida nenhuma prospera se estiver pesada e intoxicada".
Já ouviu falar em toxinas da casa?
Pois são objetos e roupas que você não gosta ou não usa, coisas feias ou quebradas, velhas cartas, plantas mortas ou doentes, recibos, jornais e revistas antigos, remédios vencidos, meias e sapatos estragados... Ufa, que peso!
"O que está fora está dentro e isso afeta a saúde", aprendi com dona Francisca.
"Saúde é o que interessa. O resto não tem pressa!", ela diz, enquanto me ajuda a ‘destralhar', ou liberar as tralhas da casa.
O ‘destralhamento' é uma das formas mais rápidas de transformar a vida e pode muito bem ajudar outras terapias.
"A saúde melhora, a criatividade cresce e os relacionamentos se aprimoram", também ensina o feng shui, com a delicadeza própria das artes orientais.
Para o feng shui, é comum se sentir cansado, deprimido ou desanimado em um ambiente cheio de entulho, pois "existem fios invisíveis nos ligando àquilo que possuímos".
Outros possíveis efeitos do acúmulo e da bagunça: sentir-se desorganizado, fracassado e limitado, aumento de peso, apego ao passado...
"No porão e no sótão, as tralhas viram sobrecarga; na entrada, restringem o fluxo da vida; empilhadas no chão, nos puxam para baixo; acima, são dores de cabeça; sob a cama, poluem o sono".
Então... Se dona Francisca falou e o feng shui concordou, nada de moleza!
"Oito horas para trabalhar, oito para descansar, oito para se cuidar!", diz a comadre.
E nada de limpar só por onde o padre passa...
Destralhe-se!!
"Acumular nos dá a sensação de permanência, apesar de a vida ser impermanente", diz a sabedoria oriental.
O Ocidente resiste a essa idéia e, assim, perde contato com o sagrado instante presente.
Dona Francisca me conta que "as frutas nascem azedas e, no pé, vão ficando docinhas com o tempo". A gente deveria de ser assim, ela diz.
"Destralhar ajuda a adocicar".
"Merecemos ter para ser", diz um mestre de feng shui. Se os sábios concordam, não sou eu que vou discordar...

sábado, 26 de novembro de 2011

Um vislumbre do fim


“Uma vez eu irei. Uma vez irei sozinha, sem minha alma dessa vez. O espírito, eu o terei entregue à família e aos amigos com recomendações. Não será difícil cuidar dele, exige pouco, às vezes se alimenta com jornais mesmo. Não será difícil levá-lo ao cinema, quando se vai. Minha alma eu a deixarei, qualquer animal a abrigará: serão férias em outra paisagem, olhando através de qualquer janela dita da alma, qualquer janela de olhos de gato ou de cão. De tigre, eu preferiria. Meu corpo, esse serei obrigada a levar. Mas dir-lhe-ei antes: vem comigo, como única valise, segue-me como um cão. E irei à frente, sozinha, finalmente cega para os erros do mundo, até que
talvez encontre no ar algum bólide que me rebente. Não é a violência que eu procuro, mas uma força ainda não classificada mas que nem por isso deixará de existir no mínimo silêncio que se locomove. Nesse instante há muito que o sangue já terá desaparecido. Não sei como explicar que, sem alma, sem espírito, e um corpo morto — serei ainda eu, horrivelmente esperta. Mas dois e dois são quatro e isso é o contrário de uma solução, é beco sem saída, puro problema enrodilhado em si. Para voltar de ‘dois e dois são quatro’ é preciso voltar, fingir saudade, encontrar o espírito entregue aos amigos, e dizer: como você engordou! Satisfeita até o gargalo pelos seres que mais amo. Estou morrendo meu espírito, sinto isso, sinto...”

Textos extraídos do livro Aprendendo a viver, Clarice Lispector. Rio de Janeiro:
Editora Rocco, 2004.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Aqueles dois - V


Quando começava a primavera, Saul fez aniversário. Porque achava seu amigo muito solitário, ou por outra razão assim, Raul deu a ele a gaiola com Carlos Gardel.
No começo do verão, foi a vez de Raul fazer aniversário. E porque estava sem dinheiro, porque seu amigo não tinha nada nas paredes da quitinete, Saul deu a ele a reprodução de Van Gogh. Mas entre esses dois aniversários, aconteceu aguma coisa.
No norte, quando começava dezembro, a mãe de Raul morreu e ele precisou passar uma semana fora. Desorientado, Saul vagava pelos corredores a firma esperando um telefonema que não vinha, tentando em vão concentrar-se nos despachos, processos, protocolos. Á noite, em seu quarto, ligava a televisão gastando tempo em novelas vadias ou desenhando olhos cada vez mais enormes, enquanto acariciava Carlos Gardel. Bebeu bastante, nessa semana. E teve um sonho: caminhava entre as pessoas da repartição, todas de preto, acusadoras. À exceção de Raul, todo de branco, abrindo os braços para ele. Abraçados fortemente, e tão próximos que um podia sentir o cheiro do outro. Acordou pensando mas ele é que devia estar de luto.
Raul voltou sem luto. Numa sexta de tardezinha, telefonou para a repartição pedindo a Saul que fosse vê-lo.
A voz de baixo profundo parecia ainda mais baixa, mais profunda. Saul foi. Raul tinha deixado a barba crescer. Estranhamente, ao invés de parecer mais velho ou mais duro, tinha um rosto quase de menino. Beberam muito nessa noite. Raul falou longamente da mãe — eu podia ter sido mais legal com ela, disse, e não cantou.
Quando Saul estava indo embora, começou a chorar. Sem saber ao certo o que fazia, Saul estendeu a mão e, quando percebeu, seus dedos tinham tocado a barba crescida de Raul. Sem tempo para compreenderem, abraçaram-se fortemente. E tão próximos que um podia sentir o cheiro do outro: o de Raul, flor murcha, gaveta fechada; o de Saul, colônia de barba, talco. Durou muito tempo. A mão de Saul tocava a barba de Raul, que passava os dedos pelos caracóis miúdos do cabelo do outro. Não diziam nada. No silêncio era possível ouvir uma torneira pingando longe. Tanto tempo durou que, quando Saul levou a mão ao cinzeiro, o cigarro era apenas uma longa cinza que ele esmagou sem compreender.
Afastaram-se, então. Raul disse qualquer coisa como eu não tenho mais ninguém no mundo, e Saul outra coisa qualquer como você tem a mim agora, e para sempre. Usavam palavras grandes — ninguém, mundo, sempre — e apertavam-se as duas mãos ao mesmo tempo, olhando-se nos olhos injetados de fumo e álcool. Embora fosse sexta e não precisassem ir à repartição na manhã seguinte, Saul despediu-se. Caminhou durante horas pelas ruas desertas, cheias apenas de gatos e putas. Em casa; acariciou Carlos Gardel até que os dois dormissem. Mas um pouco antes, sem saber por quê, começou a chorar sentindo-se só e pobre e feio e infeliz e confuso e abandonado e bêbado e triste, triste, triste. Pensou em ligar para Raul, mas não tinha fichas e era muito tarde.
Depois, chegou o Natal, o Ano-Novo que passaram juntos, recusando convites dos colegas de repartição. Raul deu a Saul uma reprodução do Nascimento de Vênus, que ele colocou na parede exatamente onde estivera o quarto de Van Gogh. Saul deu a Raul um disco chamado Os Grandes Sucessos de Dalva de Oliveira. O que mais ouviram foi Nossas Vidas, prestando atenção no pedacinho que dizia até nossos beijos parecem beijos de quem nunca amou.
Foi na noite de trinta e um, aberta a champanhe na quitinete de Raul, que Saul ergueu a taça e brindou à nossa amizade que nunca nunca vai terminar. Beberam até quase cair. Na hora de deitar, trocando a roupa no banheiro, muito bêbado, Saul falou que ia dormir nu. Raul olhou para ele e disse você tem um corpo bonito. Você também, disse Saul, e baixou os olhos. Deitaram
ambos nus, um na cama atrás do guarda-roupa, outro no sofá. Quase a noite inteira, um conseguia ver a brasa acesa do cigarro do outro, furando o escuro feito um demônio de olhos incendiados. Pela manhã, Saul foi embora sem se despedir para que Raul não percebesse suas fundas olheiras.
Quando janeiro começou, quase na época de tirarem férias — e tinham planejado, juntos, quem sabe Parati, Ouro Preto, Porto Seguro — ficaram surpresos naquela manhã em que o chefe de seção os chamou, perto do meio-dia. Fazia muito calor. Suarento, o chefe foi direto ao assunto. Tinha recebido algumas cartas anônimas.
Recusou-se a mostrá-las. Pálidos, ouviram expressões como "relação anormal e ostensiva", "desavergonhada aberração", "comportamento doentio", "psicologia deformada", sempre assinadas por Um Atento Guardião da Moral. Saul baixou os olhos desmaiados, mas Raul colocou-se em pé. Parecia muito alto quando, com uma das mãos apoiadas no ombro do amigo e a outra erguendo-se atrevida no ar, conseguiu ainda dizer a palavra nunca, antes que o chefe, entre coisas como a-reputação-de-nossa-firma, declarasse frio: os senhores estão despedidos.
Esvaziaram lentamente cada um a sua gaveta, a sala deserta na hora do almoço, sem se olharem nos olhos. O sol de verão escaldava o tampo de metal das mesas. Raul guardou no grande envelope pardo um par de olhos enormes, sem íris nem pupilas, presente de Saul, que guardou no seu grande envelope pardo, com algumas manchas de café, a letra de Tú Me Acostumbraste,
escrita à mão por Raul numa tarde qualquer de agosto. Desceram juntos pelo elevador, em silêncio.
Mas quando saíram pela porta daquele prédio grande e antigo, parecido com uma clínica ou uma penitenciária, vistos de cima pelos colegas todos postos na janela, a camisa branca de um, a azul do outro, estavam ainda mais altos e mais altivos. Demoraram alguns minutos na frente do edifício.
Depois apanharam o mesmo táxi, Raul abrindo a porta para que Saul entrasse.
Ai-ai, alguém gritou da janela. Mas eles não ouviram. O táxi já tinha dobrado a esquina.
Pelas tardes poeirentas daquele resto de janeiro, quando o sol parecia a gema de um enorme ovo frito no azul sem nuvens no céu, ninguém mais conseguiu trabalhar em paz na repartição. Quase todos ali dentro tinham a nítida sensação de que seriam infelizes para sempre. E foram.

Caio Fernando Abreu