domingo, 10 de abril de 2011

"O Poeta se faz vidente por meio de um longo, imenso e refletido desregramento de todos os sentidos. Todas as formas de amor, de sofrimento, de loucura; ele procura ele mesmo, ele esgota nele todos os seus venenos, para só guardar as quintessências. Indizível tortura na qual ele precisa de toda a fé, de toda a força sobrehumana, onde se torna entre todos o grande doente, o grande criminoso, o grande maldito --e o supremo Sábio! --Pois ele chega ao desconhecido! Porque ele cultivou a sua alma, já rica, mais do que nenhum! Ele chega ao desconhecido, e quando, enlouquecido, ele acabaria por perder a inteligência de suas visões, ele as viu! Que ele morra no seu salto pelas coisas incríveis e inomáveis: chegarão outros horríveis trabalhadores; eles começarão pelos horizontes onde o outro se curvou!(...)Estes poetas serão! Quando será derrubada a infinita servidão da mulher, quando ela viverá para ela e por ela, o homem --até agora abominável--, tendo-a despedida, ela será poeta, ela também! A mulher descobrirá o desconhecido! Seus mundos de idéias divergirão dos nossos? Ela encontrará coisas estranhas, insondáveis, repugnantes, deliciosas; nós as teremos, nós as entenderemos. Por enquanto, vamos pedir aos poetas novidade --idéias e formas." Arthur Rimbaud

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